Eu sempre adorei esquilos. Quando eu vim pra Londres pequena, a gente morava perto de Hampstead, e como lá é menos central e tem efetivamente um bosque, os esquilos eram bem ariscos. Minha mãe me levava ao parque e eu exercitava toda a paciência que meus 6 anos permitiam: quando eu via um esquilo, jogava uma avelãzinha perto dele. Esperava ele criar coragem pra cheirar o que eu tinha jogado. Ele pegava a avelã e saia correndo pra longe pra comer. Aí eu jogava outra um pouquinho mais perto. E esperava. Assim ia indo até o esquilo criar coragem de pegar uma avelã na minha mão, antes de sair correndo pra longe com a comida na boca.
Hoje é mais fácil, sobretudo no centro, os esquilos estão muito saidinhos. Em St James Park você estica a mão e vem uns 3 esquilos safados cheirar seu dedo, mesmo que você não tenha comida nenhuma...
Enfim. Há quase 20 anos eu observo esquilos, esquilos subindo em árvores, esquilos pulando, esquilos correndo, esquilos ficando em pezinho enquanto procuram alguma coisa, esquilos comendo, esquilos enterrando comida, esquilos procurando comida, esquilos perseguindo uns aos outros, esquilos com o focinhozinho sujo de terra, e todas as outras coisinhas fuefas que eles fazem, com seus rabinhos felpudos.
Quando a gente acha que já viu esquilo fazendo de tudo, lá vem a primavera de 2009 mostrar que não é bem assim. No último mês eu vi duas coisas inteiramente novas com esquilos!!
A primeira, e mais inacreditável, foi que eu vi um esquilo dar uma pirueta pra trás DUAS VEZES. Eu estava em Russell Square e acho que o galho de um arbusto encostou nas costas do bichinho e ele tomou um susto, e deu um pulo pra trás de 360 graus. Eu apontei pra ele muito empolgada, e o esquilo deu uma pirueta DE NOVO, o que significa que eu tenho até testemunhas!! (ainda bem, porque acho que ninguém ia acreditar nisso). Foi a coisa mais legal do mundo inteiro, o esquilo dando uma pirueta, o rabinho girando atrás, foi muito foda.
A segunda pra mim acabou sendo ainda mais impressionante, simplesmente porque eu não sabia que isso acontecia, e como eu disse, eu presto atenção em esquilos há quase 20 anos: eu vi um esquilo emitindo sons. Eu não sabia que eles faziam isso!!! Ele tava lá, guinchandinho no alto da árvore, e eu parei e comecei a imitar o som dele (ainda bem que eu tava em Greenwich Park e não tinha quase ninguém em volta porque eu devia estar parecendo uma maluca). O esquilo ficou meio confuso, ficou olhando pra mim e fazendo mais sons, e ele guinchava de lá e eu guinchava de cá (que nem com os saguis na janela do meu quarto no Rio). A gente teve essa pseudo conversa durante uns 3 minutos, aí o esquilo ficou de saco cheio e subiu num galho mais alto pra implicar com uns pombos. Veja só!!
A essa altura não me espantaria se semana que vem eu encontrar um esquilo fumando um cigarro ou andando de cabeça pra baixo ou sei lá. Pra gente ver que não importa o quanto você olhe pros esquilos, a vida ainda reserva surpresas...
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
sábado, 13 de dezembro de 2008
animaizinhos solúveis
Georginho, o meu querido flatmate, resolveu comprar Sea Monkeys. (Pesquisamos na internet, e o nome em português é "Kikos Marinhos"). Cara. Sea Monkeys!! Nem sei por onde começar!..
Vejam bem, Eu adoro animaizinhos, todo mundo sabe disso. Eu quero gatinhos, cachorros, porcos-espinhos (ou seja lá qual for o plural disso), coalas, raposas, pinguins, tatus, bebês-foca e mais uma porrada de coisinhas fofas do mundo animal. Só que Sea Monkeys não se encaixam no perfil.
Pra quem não sabe o que é essa parada: foi uma febre nos anos 70, aparentemente (quer dizer, a única coisa que eu gostei nesse bicho foi a áura retrô). Vinha anunciado em revistinhas em quadrinhos, e você pedia pelo correio, e recebia uma caixa com o aquário e três pacotinhos: o purificador de água, a comida do bicho, e os ovinhos em pó. Sim. Isso mesmo. Os ovinhos em pó.
As embalagens do bicho já são o suficiente pra uns 20 posts de qualquer blog. A nossa, por exemplo, exibia atrás a cruel frase: "now you will never feel lonely again." Depois explicava, em letras menores, que quando você mostrasse pros seus coleguinhas que você tem Sea Monkeys e sabe vários fatos divertidos sobre eles, eles todos te achariam legal e viriam conversar com você. Provavelmente pra não serem processados depois que a criança percebesse que os Sea Monkeys não chegam a ser uma companhia muito interessante. Também dão a impressão de que os bichos são bem mais fofinhos e interessantes do que na realidade, mostrando eles meio humanóides num desenho tipo cartoon. Na verdade, são uns crustáceos pré-históricos usados como comida de peixe em lojas de animais. O aquário parece um Aquaplay (botei a foto de um embaixo, mas o nosso é azul). Ainda tem o bônus, ele vem com um chaveirinho-aquário, onde vc pode botar um dos bichinhos e levar com você, que nem um tamagotchi. Ah, e tudo são marcas registradas: SEA MONKEYS®. INSTANT PETS® (JURO, Instant Pets).
Eu confesso que fiquei meio surtada e com mega nojo do bicho – um ovo de crustáceo que vem em pó e se desenvolve na água, dentro da MINHA CASA?? Fiquei de frescura e proibi o menino de abrir o pacote na cozinha, e de entrar com eles na cozinha, e de mencionar a existência deles na cozinha. E eu tava meio tendo visões apocalípticas deles caindo em uma pocinha de água, desenvolvendo uma mutação louca, emergindo de lá, me matando enquanto eu durmo e destruindo Tóquio.
Então! Depois de purificar a água durante 24 horas, foi o momento da verdade: fomos todos para a sala (eu, George e meu amigo Leo, que tava hospedado aqui). Apontamos uma lâmpada para o aquário-aquaplay, abrimos o pacotinho dos ovos e jogamos dentro da água... e... TCHAN TCHARAAAAAN!!!, foi a coisa mais anticlímax do mundo. Não aconteceu absolutamente nada. As instruções, segundo o George, davam a entender que era tipo uma sopa instantânea, era só botar que eles sairiam nadando e fazendo malabarismos.
Já se passaram 4 dias, e nada dos bichos nascerem.
A essa altura, já decidimos que se ou quando eles nascerem, vamos comprar um peixinho dourado e dar os Kikos Marinhos de comida pra eles.
Vejam bem, Eu adoro animaizinhos, todo mundo sabe disso. Eu quero gatinhos, cachorros, porcos-espinhos (ou seja lá qual for o plural disso), coalas, raposas, pinguins, tatus, bebês-foca e mais uma porrada de coisinhas fofas do mundo animal. Só que Sea Monkeys não se encaixam no perfil.
Pra quem não sabe o que é essa parada: foi uma febre nos anos 70, aparentemente (quer dizer, a única coisa que eu gostei nesse bicho foi a áura retrô). Vinha anunciado em revistinhas em quadrinhos, e você pedia pelo correio, e recebia uma caixa com o aquário e três pacotinhos: o purificador de água, a comida do bicho, e os ovinhos em pó. Sim. Isso mesmo. Os ovinhos em pó.
As embalagens do bicho já são o suficiente pra uns 20 posts de qualquer blog. A nossa, por exemplo, exibia atrás a cruel frase: "now you will never feel lonely again." Depois explicava, em letras menores, que quando você mostrasse pros seus coleguinhas que você tem Sea Monkeys e sabe vários fatos divertidos sobre eles, eles todos te achariam legal e viriam conversar com você. Provavelmente pra não serem processados depois que a criança percebesse que os Sea Monkeys não chegam a ser uma companhia muito interessante. Também dão a impressão de que os bichos são bem mais fofinhos e interessantes do que na realidade, mostrando eles meio humanóides num desenho tipo cartoon. Na verdade, são uns crustáceos pré-históricos usados como comida de peixe em lojas de animais. O aquário parece um Aquaplay (botei a foto de um embaixo, mas o nosso é azul). Ainda tem o bônus, ele vem com um chaveirinho-aquário, onde vc pode botar um dos bichinhos e levar com você, que nem um tamagotchi. Ah, e tudo são marcas registradas: SEA MONKEYS®. INSTANT PETS® (JURO, Instant Pets).
Eu confesso que fiquei meio surtada e com mega nojo do bicho – um ovo de crustáceo que vem em pó e se desenvolve na água, dentro da MINHA CASA?? Fiquei de frescura e proibi o menino de abrir o pacote na cozinha, e de entrar com eles na cozinha, e de mencionar a existência deles na cozinha. E eu tava meio tendo visões apocalípticas deles caindo em uma pocinha de água, desenvolvendo uma mutação louca, emergindo de lá, me matando enquanto eu durmo e destruindo Tóquio.
Então! Depois de purificar a água durante 24 horas, foi o momento da verdade: fomos todos para a sala (eu, George e meu amigo Leo, que tava hospedado aqui). Apontamos uma lâmpada para o aquário-aquaplay, abrimos o pacotinho dos ovos e jogamos dentro da água... e... TCHAN TCHARAAAAAN!!!, foi a coisa mais anticlímax do mundo. Não aconteceu absolutamente nada. As instruções, segundo o George, davam a entender que era tipo uma sopa instantânea, era só botar que eles sairiam nadando e fazendo malabarismos.
Já se passaram 4 dias, e nada dos bichos nascerem.
A essa altura, já decidimos que se ou quando eles nascerem, vamos comprar um peixinho dourado e dar os Kikos Marinhos de comida pra eles.

domingo, 9 de março de 2008
enxergando sapos
Há umas duas semanas eu vi uma raposinha na minha rua. Um raposinho, na verdade, porque ele levantou a perna quando fez xixi no jardim do vizinho.
Hoje eu vi um sapo.
Ele tava sentado na porta da academia. E nem parecia um sapo ativo que gosta de academia, ele tava sentado que nem um paxá, com cara de bunda. Eu levei um susto, desviei do sapo, entrei e falei pra moça "tem um sapo na porta da academia." Ela falou "um sapo tipo 'ribbit, ribbit'?" e eu disse que sim, e ela me olhou incrédula e mudou de assunto.
Quando eu estava na esteira eu não conseguia ver o sapo, porque a parte de baixo dos vidros é opaca, mas eu fiquei reparando na reação das pessoas que entravam. Nenhuma olhava pro chão, nenhuma se espantava, nenhuma desviava, nenhuma fazia cara de nojo. Aí eu comecei a ficar desconfiada... Pronto. Fiquei maluca. Tô vendo sapo onde não tem. Era só o que me faltava.
É isso que dá fazer exercício. Vc trabalha o corpo mas a mente começa a atrofiar. Operation Ivy já dizia em Healthy Body Sick Mind. Agora tô vendo sapos sentados, daqui a pouco vão ser elefantes cor de rosa vestidos de palhaço, e depois disso, sabe-se lá. Sério, fiquei com a pulga atrás da orelha com essa história do sapo imaginário (não que eu enxergue pulgas ainda, mas tá por pouco). Eu tava ficando preocupada. Será que foi porque eu dormi muito tarde e acordei meio cedo? Será que foi o frango esquisito que eu comi ontem?
E então, a salvação. Vários funcionários da academia começaram a ir lá pra fora e tirar foto de alguma coisa no chão com suas câmeras de celular. Dali a pouco eu vejo o sapo preguiçosamente tentando escapar deles. É bom saber que a gente não ficou maluco.
Hoje eu vi um sapo.
Ele tava sentado na porta da academia. E nem parecia um sapo ativo que gosta de academia, ele tava sentado que nem um paxá, com cara de bunda. Eu levei um susto, desviei do sapo, entrei e falei pra moça "tem um sapo na porta da academia." Ela falou "um sapo tipo 'ribbit, ribbit'?" e eu disse que sim, e ela me olhou incrédula e mudou de assunto.
Quando eu estava na esteira eu não conseguia ver o sapo, porque a parte de baixo dos vidros é opaca, mas eu fiquei reparando na reação das pessoas que entravam. Nenhuma olhava pro chão, nenhuma se espantava, nenhuma desviava, nenhuma fazia cara de nojo. Aí eu comecei a ficar desconfiada... Pronto. Fiquei maluca. Tô vendo sapo onde não tem. Era só o que me faltava.
É isso que dá fazer exercício. Vc trabalha o corpo mas a mente começa a atrofiar. Operation Ivy já dizia em Healthy Body Sick Mind. Agora tô vendo sapos sentados, daqui a pouco vão ser elefantes cor de rosa vestidos de palhaço, e depois disso, sabe-se lá. Sério, fiquei com a pulga atrás da orelha com essa história do sapo imaginário (não que eu enxergue pulgas ainda, mas tá por pouco). Eu tava ficando preocupada. Será que foi porque eu dormi muito tarde e acordei meio cedo? Será que foi o frango esquisito que eu comi ontem?
E então, a salvação. Vários funcionários da academia começaram a ir lá pra fora e tirar foto de alguma coisa no chão com suas câmeras de celular. Dali a pouco eu vejo o sapo preguiçosamente tentando escapar deles. É bom saber que a gente não ficou maluco.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Maverick
Às vezes eu sinto muita, muita, muita saudade do meu gatinho. Eu sei que ele tá bem, mora em Minas, tem vários amigos, come peixe e nem lembra de mim, e eu sei que trazer ele pra cá seria inviável porque gato não resiste bem a viagens longas intercontinentais, e ele teria que ficar de quarentena, e eu nem sei se meu landlord me deixaria ter gato aqui, e nem sei se a Julia ia topar (ainda mais um gato com uma personalidade bizarra daquelas), e o gato nem é só meu, e a gente ia perder muito a liberdade se tivesse um bicho aqui, e cheiro e pelo de gato fechado em um apartamento que fica meses no inverno com a janela fechada não ia dar certo, e a gente não deve ter nem permissão nem grana pra botar aquelas gradezinhas pra poder abrir a janela no verão... Enfim. não dá pra trazer o gato.
Mas aqueles olhos azuis e aqueles dentinhos de vampiro... E o gemidinho que ele dava quando eu apertava ele muito forte (depois ele me mordia!)... E ele ronronando no meu colo enquanto eu trabalhava no computador... Que saudade do meu gatinho.
Mas aqueles olhos azuis e aqueles dentinhos de vampiro... E o gemidinho que ele dava quando eu apertava ele muito forte (depois ele me mordia!)... E ele ronronando no meu colo enquanto eu trabalhava no computador... Que saudade do meu gatinho.
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