segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

balanço

Vou escrever meu balanço de 2007 e minhas resoluções de 2008 aqui, pra não esquecer.
Esse foi um ano em que eu perdi muita coisa que eu amo – algumas por escolha, outras por essas coisas da vida, e outras sendo o preço a se pagar pra ter algo que eu sempre quis. Quero lembrar do que ficou pra trás pra ter em mente que o preço foi muito alto e por isso eu preciso me esforçar sempre pra dar tudo certo.
Perdi meu avô, minha banda, meu namorado.
Três casas, meu gato, minha coelha.
A proximidade dos meus amigos e da minha família. Perdi meu sobrinho começando a virar adolescente (em 6 meses ele mudou tanto). Perdi piadas internas e viagens e porres em conjunto. E várias outras coisas.

Ganhei algumas coisas muito importantes: Londres, a Julia e um pouquinho mais de independência (por enquanto é só um pouquinho, mas eu vou chegando lá).

Minhas resoluções de ano novo são:
– Desenhar mais. Carregar meu sketchbook comigo pra todo canto e usar mesmo. Desenhar em casa, em papéis grandes, o que me der vontade. Fazer isso com muita regularidade.
– Me dedicar a estudar música. Fazer os exercícios da fonoaudióloga pra voz, um pouco todo dia. Estudar a sério, todo dia, o clarinete ou o piano ou seja lá o que for. Tentar entrar num coral com a Bel.
– Fazer algum exercício. Continuar caminhando na beira do rio, que seja. Com regularidade. Por enquanto eu tava conseguindo fazer isso duas vezes por semana, não pode ser menos que isso, vou tentar passar pra três.
- Me dedicar muito ao curso e fazer valer a pena. Não sei como vai ser esse curso, mas isso tem que ser minha prioridade maior esse ano, mais do que trabalho, e certamente mais do que qualquer procrastinação preguiçosa aleatória.

Em 2007 eu taquei fogo em tudo, e comecei a plantar do zero. Espero que em 2008 eu consiga cuidar bem da plantação, quem sabe já começar a colher um pouco. Quero que 2009 seja o ano da colheita farta. Vamos ver o que vem por aí... e tomara que venha vestido de toga.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

de bode



nhé. Sei lá. to desanimada.
E esse reveillón, hein? Poxa vida.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

very very nice

A gente tava falando desse vídeo outro dia no aniversário do Léo, então eis:



Cara. Flight of the Conchords é muito foda.

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Eu tenho que fazer jejum até amanhã de manhã pra fazer exame... Eu devia ter comido mais coisa no jantar. To com fome. Melhor ir dormir. Mas po, se alguém ler isso aqui, me liguem, vamos sair amanhã à noite.
E aliás, o que vamos fazer no reveillón?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

afinal, Cérebro, o que vamos fazer amanhã à noite?

To no Rio.
Comendo várias paradas, revendo vários amigos, matando a saudade de muita coisa (retroativamente, claro, mas a saudade pra frente também). É tão bom.

Eu tô feliz lá em Londres, mas os amigos fazem muita falta. A comida, esse calor úmido, os cheiros, a música, a paisagem linda, tudo isso dá pra matar saudade vindo de vez em quando. Mas os amigos fazem muita falta no dia-a-dia, muita mesmo, e encontrando dá vontade de abraçar as pessoas pra sempre e não largar nunca mais.
Mas eu ainda não desisti de nenhum dos meus planos maquiavélicos!! Com um pouquinho de colaboração, quem sabe, a gente chega lá.

Ah! E eu quero pular de asa delta. Alguém me acompanha?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Véspera

De madrugada vou pegar dois ônibus (ou um táxi, ou um táxi e um ônibus, não decidi ainda, vai depender do tamanho do cansaço e da mala).
Dois aviões e três aeroportos depois, estarei no Rio.

Quero ser MUITO paparicada durante as duas semanas que estarei no Brasil (e sim, acho isso perfeitamente razoável).

Mas antes, hoje ainda tem muita coisa pela frente! A viagem em si também é bem longa. Mas eu não sou peru, que morre de véspera (não tem uma expressão assim? Sei lá. No natal lá em casa a gente come lombinho mesmo...).
Agora, vamos lá, de volta às malas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Maverick

Às vezes eu sinto muita, muita, muita saudade do meu gatinho. Eu sei que ele tá bem, mora em Minas, tem vários amigos, come peixe e nem lembra de mim, e eu sei que trazer ele pra cá seria inviável porque gato não resiste bem a viagens longas intercontinentais, e ele teria que ficar de quarentena, e eu nem sei se meu landlord me deixaria ter gato aqui, e nem sei se a Julia ia topar (ainda mais um gato com uma personalidade bizarra daquelas), e o gato nem é só meu, e a gente ia perder muito a liberdade se tivesse um bicho aqui, e cheiro e pelo de gato fechado em um apartamento que fica meses no inverno com a janela fechada não ia dar certo, e a gente não deve ter nem permissão nem grana pra botar aquelas gradezinhas pra poder abrir a janela no verão... Enfim. não dá pra trazer o gato.
Mas aqueles olhos azuis e aqueles dentinhos de vampiro... E o gemidinho que ele dava quando eu apertava ele muito forte (depois ele me mordia!)... E ele ronronando no meu colo enquanto eu trabalhava no computador... Que saudade do meu gatinho.

sábado, 1 de dezembro de 2007

"i just wanna live while I'm aliiiiive"

essas coisas surreais da vida, né. E os programas de índio onde a gente vai parar de vez em quando.

Então. Conheci uma italiana gente boa aqui, ela trabalha de au pair em uma casa e ela não fala inglês direito mais eu super gostei dela. Então, ela me disse que a familia onde ela trabalha tinha dado pra ela uns ingressos de graça pra algum show, ou peça, ou comédia, sei lá, ela não tinha entendido direito. Era hoje as 5 da tarde em Waterloo. Eu não sabia o que era, mas tinha ingresso de graça, eu não tava fazendo nada, vambora, na pior das hipóteses a gente vê uma peça chata ou um show de comédia ruim.

Eu estava errada.

Chegando lá, era num estúdio de tv. Eu pensei "hmmm... vão botar a gente sentadinhas na platéia de algum desses programas de comédia. Meio mico, mas tudo bem. Na pior das hipóteses a gente vai aparecer rapidinho no fundinho na platéia de algum programa chato."

Eu estava errada.

Pegaram nossos casacos e bolsas e mandaram a gente pro estudio. E foi aí que a gente entendeu o tamanho do drama.
A gente ia, sim, ser plateinha de um programa de tv. Mas em pé. E desses programas que tem stand up comedy e entretenimento randômico e show de alguma banda. E a gente tinha que ser parte da plateinha que parece animada e bate palmas e grita e faz barulho pra parecer que tá todo mundo empolgadão.
E tem mais.
A gente começou a reparar que tinha uma porrada de gente com camisa do Bon Jovi.

Resumo da história (na medida do possível, já que eu não possuo poder de síntese): eu e a Giulia passamos o programa inteiro nos escondendo atrás de pessoas altas e fugindo das câmeras. O cenário horroroso funcionava melhor na tela do que ao vivo. O Bon Jovi tá velho e feio e decadente, e parecia mais sem graça e com vergonha do que a gente (e olha que a gente tava uito sem graça e com vergonha). Uma garota tinha "bon jovi" tatuado no braço, acho que vou tatuar amanhã. Ele abriu a camisa e mostrou o peito peludo tocando "it's my life". Eu tive uma crise de riso. Pelo menos ele só tocou duas musicas. Umas meninas perto da gente ficaram histericas depois, uma delas tava dizendo que encostou nele, a outra que roubou a palheta, a outra que ele olhou pra ela, sorriu e desejou feliz aniversário. Giulia e eu nos contivemos em outro ataque de riso pq a menina da tatuagem do Bon Jovi no braço era fortona e tinha cara de brava e briguenta. No meio do programa, eu e Giulia não aguentamos mais, eu disse pro segurança que estava passando mal, e deixaram a gente ir embora. Um casal viu a gente saindo, aproveitou a deixa e veio também, parecendo quase tão aliviado quanto a gente.

E o show do Toots and the Maytals de quinta-feira foi cancelado mas eu acabei vendo Bon Jovi ao vivo.
A Julia tem razão, preciso resolver alguma coisa com o meu karma.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

desenhando o Pato Donald

Lembram quando vinham aqueles tutoriais em revistinha, que ensinavam a desenhar um personagem qualquer? Era muito frustrante, eu nunca conseguia. Eles mostravam como se fosse ser super simples. Aprenda a desenhar o Pato Donald! É facílimo! Agora você também pode desenhar as suas historinhas do pato mais querido do mundo! Primeiro passo: desenhe uma bola e faça uma linha horizontal e vertical. Segundo passo: marque o lugar dos olhos, chapéu e bico. Terceiro passo: desenhe tudo perfeitamente, se vira, mermão. Quarto passo: colora tudo. Quinto passo: tchanaaam! Mostre pra mamãe, pendure na geladeira, se torne um desenhista profissional, ganhe milhões de dólares, mulheres, iates.



***
Hoje eu ia ao show do Toots and The Maytals, sozinha mesmo, mas empolgadona. Saí mais cedo do curso e tudo, larguei meus pombos de silkscreen pela metade, peguei o metrô até Kentish Town (sério, toda vez que eu vou pra lá acontece alguma coisa desse tipo, da outra vez fui eu perdida no filme de terror da escola vazia com a raposinha e o minizelador). Achei o lugar do show e tava tudo apagado, as portas fechadas, vazio. Liguei pro lugar e ninguém atendia. Acabei voltando pra casa, metrô de merda demorando pra cacete, procurei em milhões de sites na internet até achar um deles que dizia que o show tava cancelado. Que saco.

Cancelamentos de uns e outros, raptei a Julia e fui continuar a montar meu armário. Os outros móveis que eu montei eram da IKEA, todos certinhos e tchururu. Esse era da Argos, e as instrucões não tinham muita noção. Tinha uns parafusos não catalogados, ferramentas não especificadas, um parafuso gordinho que sobrou, desenhos confusos, e instruções tipo como desenhar o pato donald: "Passo 7: colocar os pitocos nos buraaquinhos da base do armário. Passo 8: aparafusar os pézinhos do armário. Passo 9: montar o resto da parada toda. Isso, vai lá. Você consegue."

Fiquei pensando como tem tanta coisa na vida com instruções tipo de como desenhar o Pato Donald... A gente dá conselhos de vida amorosa pros outros como se fosse facinho. "Aí você vai lá e liga! Passo 2: vocês vivem felizes para sempre!". De carreira, é a mesma coisa: "Passo 1: você vai pra escola todo dia. Passo 2: você entra na faculdade. Passo 3: você arranja uma carreira, ganha milhões de dólares, mulheres, iates, e vive feliz pra sempre!".

A verdade é que eu nunca me entendi com as instruçõezinhas de como desenhar o Pato Donald. Eu desenhava a bola e as linhas e depois me perdia. Eu nunca desenhei extraordinariamente bem, mas certamente os personagens que eu desenhava melhor (a Pequena Sereia e os dálmatas) eram os que eu desenhava copiando sozinha, sem seguir o passo-a-passo das revistinhas. Ou os meus próprios (Xerife Perna-Bamba!). Eu achava que eu desenhava direitinho, nunca fui a melhor da sala, mas tava nos top 5, até eu entrar na faculdade e conhecer a galerinha fodassa que desenhava pra caralho. Mas tá, esse post nem é sobre isso (seja lá sobre o que ele for).

Semana passada eu comprei um caderninho Moleskine (tava em promoção), e tô começando a levar ele pros lugares e fazer sketches, mas eu fico com vergonha das pessoas me verem. Fora que às vezes eu to desenhando alguém parado lá do outro lado e a pessoa vai e se mexe, muda de posição, vai embora. Acho isso uma falta de consideração!
Mas seja como for, acho que tá na hora de eu começar a treinar e aprender a desenhar melhor, sozinha, sem passo-a-passo.

Eu já disse que eu enxergo metáforas, né?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Jacques Cousteau! Baguette!

Amanhã vou pra Paris passar o fim de semana, eba eba eba! :)

Em homenagem a isso, to postando esse vídeo aqui, to viciada nessa parada, é muito engraçado!!!



Hon hon hon! Baguette!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

campo de batalha

Tá. Eu não preciso trabalhar hoje e você não tem aula. Então vamos mesmo fazer compras em Oxford Street. Mas lembre-se, Julia: lá é um lugar de agressividade, tensão e medo. É um campo de batalha. É preciso, acima de tudo, manter a calma, não se deixar dominar pelos nervos. É preciso estar com os sentidos em alerta o tempo todo. Lá é cada um por si, compradores solitários ou em gangues, não importa, é a lei da selva. É preciso desviar da multidão formada por hordas de velhinhas barraqueiras, batedores de carteira, distribuidores de flyers, muçulmanas besuntadas em ouro, manadas de pré-adolescentes vulgares, famílias com carrinhos de bebê, moças de bota que berram no celular, orientais que tiram fotos, indianos distribuindo jornais gratuitos, senhoras sem noção de espaço, e, presumo eu, até pessoas legais e normais que a gente nem percebe que são normais e legais porque a essa altura todo mundo já está tão na defensiva que um pedido de "excuse me, please" é interpretado como um "sua mãe era uma prostituta suja". Em uma loja toca Jack Johnson, baixinho, está agradável. Em outra toca Hip-Hop, alguns decibéis acima do que deveria, o vendedor faz uma piada sobre o meu casaco e eu percebo que não tenho mais senso de humor. Espero que eu não me arrependa de comprar essa calça amanhã. "Não aguento mais experimentar nada. Aposto que pra mim é M. Vê se tem M nesse cinza escuro aí do seu lado." A cada loja em que a gente entra temos que tirar os casacos, e vestir de novo quando voltamos pra rua. As luzinhas de natal azuladas vão acendendo e enfeitam a rua à medida que escurece, dando à paisagem um aspecto de conto de fadas do consumismo. Horas, horas, e a gente mal andou 2 quarteirões... Não dá pra aguentar mais, hora de voltar pra casa, metrô lotado na hora do rush. Esse senhor não para de me encarar, velho chato. Não consigo ler o que está escrito no jornal daquele cara sentado... Meredith o quê? Deixa pra lá. London Bridge, uhu, bom chegar em casa – e por que eu sempre peço desculpas pras pessoas que esbarram em mim? Frappucino Frappucino Frappucino Frappucino!!!

Sobrevivemos quase intactas à batalha, e sem se voltar uma contra a outra (é isso o que o inimigo quer, afinal). Entre os espólios de guerra, a calça nova que eu vou usar amanhã. Não achei um casaco como eu queria, nem minha bota. Semana que vem tem mais, então. Ufffff...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Querido diario,

Hoje de manhã eu tava prestes a começar a trabalhar em um freela quando a Julia me ligou e disse que o dia tava lindo e a gente tinha que ir passear. Eu fiquei meio assim, eu tinha que fazer o trabalho, mas po, dias lindos e ensolarados em Londres não são uma coisa com a qual a gente pode contar... Sei lá por que, eu estava com uma página de horóscopo aberta, e resolvi ler o meu: "As obrigações com sua saúde e com o trabalho tiram você da rota mais confortável da rotina. Contudo, cuidar direito das obrigações retornará em um bom desenvolvimento." Ou seja, era pra eu me dedicar ao trabalho. Mas eu só acredito em horóscopo quando me convém, então foda-se, peguei o laptop e fui passear com a Julia.

O dia não tava lindo, ele tava espetacular. Quando fui trabalhar, sentada num canteirinho na beira do rio (acho que TODO post meu fala em beira do rio, né?) vi que o laptop tava sem bateria e tive que ficar carregando aquela porcaria o dia todo sem trabalhar porra nenhuma.

A gente tirou fotos (pena que o cara da estátua não tava lá... ele tava ontem mas eu tava sem a câmera), a gente falou merda, a gente tirou mais fotos, a gente perturbou pombos e folhas e corredores (bem, eu perturbei, ao menos), e tudo foi outonal e iluminado e lindo.

Mas olha só uma coisa:



Tirei essa foto hoje, pra mostrar que o parlamento continua lá. Ontem foi um dia de lembrar de um evento que quase destruiu tudo, e hoje é 6 de novembro, e ele continua lá, inteirinho. Achei isso uma grande metáfora pra alguma coisa.
Ah, sim, porque eu enxergo metáforas, agora. É quase uma versão mais pedante de "I see dead people".

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

remember, remember

Cara, sério, vou apagar do itunes todas essas porras dessas musicas do Chico Buarque que eu peguei da Julia. Eu deixo o itunes no shuffle e às vezes vai lá e toca o Chico dizendo coisas que eu não quero ouvir. Como diabos uma pessoa pode ficar feliz ouvindo Trocando em Miúdos de manhã? Eu não estaria bem mais feliz ouvindo Shebeen, do Toasters?
Porra.

Hoje tem trabalho pra fazer, e eu acordei tarde... Mas posso trabalhar até tarde. E agora a internet tá funcionando aqui em casa 100%, uhu!

Ah. E hoje é Guy Fawkes Day, 5 de novembro. É o aniversário da conspiração de explodir o parlamento inglês, e eu descobri na wikipedia que a expressão de chamar caras de "guys" em inglês começou pouco depois disso, através das criancinhas que iam de porta em porta pedir "a penny for the guy" todo dia 5 de novembro pra comprar fogos de artifício. E o Guy Fawkes é conhecido como "the only man to ever enter parliament with honourable intentions".
Aí rolam fogueiras e fogos de artifício por aí, eu acho, mas mais fora do centro de Londres. Uma pena. Eu moro perto do parlamento e queria ver fogos por lá (eu tenho medo de fogos, mas foda-se, de longe eu até gosto).

Por falar em parlamento, vou caminhar na beira do rio até lá, aproveitar que hoje parece ser o dia mais quente dessa semana, segundo meu trequinho de weather.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

early in the morning, risin' to the street

Internet é uma parada muito legal. Uhu!
E o aquecedor tá funcionando! Entendi tudo dele agora.

E outono é mó bonito... Hoje fez uma manhã de sol linda, e eu acordei cedinho e caminhei pelo rio e tava lindo, lindo... Não sei do que eu tava reclamando.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

frio e escuro

Acabou o horário de verão.
Agora escurece as 5 da tarde... E vai escurecer mais cedo e mais cedo até o primeiro dia do inverno. Eu já acho 5 horas muito cedo! Uma das coisas que eu mais gosto do verão aqui e isso de estar sol até quase 10 da noite.

E cara. Eu boto o aquecedor no timer, mas a merda do aquecedor só fica desligado!! Que porra é essa? Tá frio, cacete!!! Toda vez tá desligado!!! (e nem é a Julia desligando propositalmente dessa vez, porque ela tá no Brasil. Se ela tivesse esse poder telepático com máquinas a gente já teria internet funcionando).
Acho que só vai ligar de noite, quando eu estou debaixo do edredom e não preciso muito dele. Po. Esse timer tá totalmente equivocado.

Frrrriiio.

(e eu tomando frappucino. Tanto café quentinho no mundo e eu continuo no frappucino. Eu sou uma monga.)

sábado, 27 de outubro de 2007

When the leaves start falling from the trees

Eu já vim pra Inglaterra outras vezes, já até morei aqui outras vezes durante vários meses, mas essa é a primeira vez que eu passo a transição do verão pro inverno aqui. De outras vezes eu já cheguei em meados do outono, e fui embora durante o verão.

To reparando em várias coisas a respeito do outono que eu não tinha reparado antes, algumas boas e legais e outras ruins e irritantes. Vou fazer uma listinha do que eu lembro agora:


• BOA: As folhas "imprimem" marcas marrons no chão quando chove. Depois, quando tá seco, se alguém varre as calçadas, ainda dá pra ver vários formatinhos de folhas estampados na calçada, é bonito.

• RUIM: As folhas escorregam quando molhadas. Tenho que ficar desviando delas na calçada, e às vezes não tem pra onde desviar porque são muitas folhas.

• BOA: Muitas árvores ficam com coloridos realmente bonitos. Mesmo. Nos lugares onde tem fileiras de árvores, tipo ali na beira do rio em frente às Houses of Parliament, fica lindo mesmo.

• RUIM: Faz frio e não dá vontade de ir a parque nenhum ver árvore nenhuma.

• BOA: No outono os rapazinhos ingleses começam a se vestir melhor e a gente vê vários meninos bonitinhos nos metrôs e ruas e pubs da vida. E eu não tenho namorado e não preciso me sentir culpada de achar ninguém bonitinho. Rá.

• RUIM: Faz frio! E a mamãe falou que a gente tem que usar camadas. E camadas são horríveis pq eu sempre me sinto gorda. E Toda vez que eu entro em algum lugar quente tenho que tirar as camadas. O casaco. O outro casaco. As luvas. O cachecol. E é cansativo, e enche o saco, e essa semana morreu a esperança do verão perdido voltar, e eu sei que andar de camiseta na rua aqui agora só em março do ano que vem.

• BOA: As cores da moda desse outono são cinza, roxo, rosa escuro e azul turquesa. Tá em todas as lojas. E são cores que ficam hiper bem em mim, lalala. Quando minha mãe esteve aqui eu fiz compras um pouquinho. Preciso aproveitar a moda e comprar mais porque eu to com frio e me sentindo horrorosa toda vez que eu saio de casa. H&M é baratinho. E eu comprei luvas de lá cinza compridas gostosas que nem me deixaram com raiva de usar luvas ainda (pq usar luva é um saco na verdade).

• RUIM: A árvore em frente à janela da sala, onde eu sento pra trabalhar, fica mais feia com menos folhas.

• BOA: Dá pra ver os esquilos correndo pelo galho da árvore em frente à janela da sala, agora que não tem folhas.

• RUIM: tem milhões de casaizinhos muuuuito melosos e irritantes em todo lugar. Nunca vi isso aqui nessa quantidade! Do tipo que fica se sando beijinhos e mais beijinhos no ponto de ônibus, sorrindo e pegando no narizinho um do outro, e ficam olhando um pra cara do outro e perdem o ônibus, e tal. Da primeira vez que eu vi achei engraçado. Mas po, tem isso em todo canto, já deu, né? A teoria da Julia é que no outono todo mundo está começando relacionamentos que vão durar o inverno todo, quando faz frio. No final da primavera todo mundo termina pra viver a putaria do verão. Então tá todo mundo de casalzinho novo e apaixonado. Fora que está frio o suficiente pra eles ficarem abraçadinhos o tempo todo, mas ainda não o bastante pra eles simplesmente ficarem em casa. Aí eles ficam na rua todos melosos atravancando a passagem das escadas rolantes enquanto se olham nos olhos. Que saco. (putz, como eu to amargurada, hehehehe)

• BOA: Ficar em casa lendo no frio é muito gostoso... Tomando chazinho... Mmmm...

• RUIM: como recém-solteira, ficar em casa lendo no frio é contra-produtivo. Mas a idéia de sair dá uma preguiiiiiiça...

• RUIM: É o contrário da primavera. Agora cada dia vai ficando mais curto, mais frio, e a gente sabe que a tendência é só piorar. Isso é uma merda.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Que nem fantasma. Que nem mosquito.

Caralho, só pensamento muito errado esses dias, puta que pariu!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Homem-estatua

Agora eu caminho na beira do rio, e está sendo uma experiência muito mais prazerosa do que eu pensei que seria possível. Mas enfim, isso fica num post mais longo pra outro dia.
Mas tá. Chegando ali no London Eye, tem os turistas todos e, por consequencia, os artistas de rua que tentam ganhar trocados com os turistas. Tem sempre os homens-estátua, e as pessoas vestidas de século XVII, e os músicos (tipo o carinha do violão que toca uma versão meio chata de I fought the law), os eventuais malabaristas, etc. Muitas vezes são os mesmos, dependendo do horário em que eu vou. E eu fico imaginando como será a rotina desses caras... Aquele é o trabalho deles. Será que o cara do monociclo considera o vestido de pirata como "colega de trabalho"? Será que tem rivalidade entre as estátuas, as semi-estátuas, o caras vestido de côrte do Luiz XVI e o casal vestido de côrte do Luiz XVI só que pintado de dourado e parado como uma estátua?

Hoje eu vi uma coisa muito curiosa. Pena que eu estava sem a câmera, teria dado umas belas fotos.
Um cara andando no parque, presumo que ele fosse um homem-estátua, mas eu nunca tinha visto esse por ali antes. O que era curioso é que ele parecia um cara londrino normal saindo do trabalho: sobretudo preto-acinzentado, carregando um guarda-chuva grande da mesma cor. Só que ele também era preto-acinzentado. No rosto, na careca, etc. E ele era seguido por pombos preto-acinzentados. Foi uma cena surreal. Eu olhei, achei estranho, aquele inglês no parque verdinho, todo monocromático, sendo seguido por pombos. Weird.
Andei mais um pouco, dei meia-volta, e quando passei por ali de novo ele estava no meio de um cercadinho metálico preto-acinzentado (ele traz seu próprio cercadinho?), sentado numa caixa preta-acinzentada, toooodo coberto de pombos preto-acinzentados (será que ele rola no alpiste antes de vestir a roupa?) – pombos no cercadinho, no chão, pousados no ombro dele, na perna, no cabo do guarda-chuva... E ele parecia tão triste! Ele nem parecia se esforçar para ficar parado como as estátuas. Pelo contrário: ele estava levantando o dedo do meio para alguém que olhava!! Não consegui ver quem era. O homem-estátua estava mandando alguém tomar no cu!! E a expressão no rosto dele estava mais triste do que nunca.
Achei tudo muito curioso, dei uma risada, botei a cena na minha pastinha mental de "coisas bizarras que a gente vê por Londres", e segui meu caminho.

Mas continuei pensando no cara. Tomara que amanhã ele esteja lá de novo para eu olhar com mais calma.
Aquilo não era normal, parecia uma cena de filme, o homem preto-acinzentado, parado, coberto de pombos, todo deprimido... Parecia um conto de fantasia, ou algum filme de animação do leste europeu, que conta a história algum cara que trabalha num banco inglês (tipo o pai de família da Mary Poppins), tão preso naquela vida, tão apático e imóvel em sua rotina, que acaba sendo amaldiçoado por alguma bruxa disfarçada de velha que alimenta os pombos, tranformado em estátua humana. Ele odeia aquela vida, e toda vez que ele anda na beira do Tâmisa, da estação de Charing Cross até seu antigo banco, só por nostalgia, os turistas tiram fotos, os japoneses querem uma lembrança do homem-estátua na frente da roda-gigante, as criancinhas apontam, os pais jogam moedas, etc. E ele manda todo mundo tomar no cu. Ele não come, não trabalha, não dorme. Só vaga pela cidade, ele e os pombos que seguem aquela estátua, os pombos asquerosos que ele já cansou de tentar espantar, agora já se acostumou, até gosta deles, são sua única companhia em uma cidade que está tão acostumada a ver coisas bizarras que não estranha mais um homem preto-acinzentado arrastando seu guarda-chuva pela beira do rio.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Londres

O que todo mundo já sabe, a essa altura: estou morando em Londres. Me mudei pra cá, e não tenho emprego, não tenho namorado, não tenho dinheiro e não tenho internet, mas pelo menos eu tenho Londres e isso é uma coisa boa.

Cheguei aqui há pouco mais de um mes. Nesse tempo, arranjei apartamento, me mudei, parei de chorar, a Julia se mudou e veio morar comigo, fui a um show do Neville Staple, conheci algumas pessoas legais, tive algumas entrevistas de emprego que não deram em nada, vi alguns amigos e vi meu irmão, fiz uma viagem legal pra Bath, tomei cerveja.
É pouco. tenho que aproveitar mais esse tempo aqui. Afinal, tive que abrir mão de muita coisa que eu amo pra isso.

Eu quero logo um emprego pra ter meu dinheiro pra aproveitar mais, e de consciência mais limpa... Então, se alguém souber de alguém que precisa de alguém pra trabalhar em Londres, me avisa.

Se alguém quiser ver fotos que tirei por aqui, ta tudo no meu flíquer, http://www.flickr.com/photos/luisabaeta/

domingo, 9 de setembro de 2007

:)

You Belong in London

A little old fashioned, and a little modern.
A little traditional, and a little bit punk rock.
A unique soul like you needs a city that offers everything.
No wonder you and London will get along so well.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

from the diaries of my other self

it's the end of the world as we know it.
and I feel like crap.

i wish i had a remote control like the one from that awful Adam Sandler movie and I could fast forward now.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

um montao de coisas

Fiquei muito tempo sem atualizar, então vai tudo em tópicos:

• Ontem vi uma exposição de fotos muito foda, de um cara chamado Leonard Freed. Eu não conhecia (pq eu também não conheço ninguém, mesmo), fui porque era "sortie de classe", mas gostei mesmo.

• Com a minha prima aqui, fomos a Chamonix e vimos um montão de neve no Mont Blanc. Mesmo sendo verão. Subimos de teleferiquinho pro mirante e lá no alto fazia frio (claro, a neve não derretia, duh), e era lindo lindo mesmo, mas não dava muito pra pegar na neve porque pra ir na montanha você tinha que ser alpinista, mas eles fizeram uma caverninha sem aquecimento e a caverninha era coberta de gelo e um pouquinho de neve e foi legal. Eu e minha prima empolgadonas de encostar em 2 dedinhos de neve. Bem coisa de brasileiro mesmo. Mas foi foda. Na volta, no teleférico, na parte das montanhas que já não tinha mais neve e era verdinho, eu vi marmotinhas lá embaixo. Foi muito legal. Ah, iso foi no primeiro de agosto, que é feriado nacional da Suiça, então volando pra casa ainda vimos fogos por todo lado. Dentro do carro, ouvindo Brian Setzer Orchestra. Foi um dia fodasso.

• Tem um estacionamento no Centro cheio de uns cartazes de anúncio de uma ótica, onde vc ganha um par de óculos de graça na compra do primeiro par, e o cara do anúncio aparece duplicado fazendo cara de gostosão e ele me deixa totalmente constrangida porque o cara é muito bizaro. Ele parece que botou litros e litros de botox. E o cara é muito feio e estranho. Eu odeio. Tem uma onda meio David Hasselhoff, mas sem ser tão engraçado. Achei uma imagem do cartaz na internet, vou dividir isso com vocês:



• Meu professor novo no curso não é tão legal quanto o antigo – tem aquela áura meio parisiense, de pessoa que não sorri nunca. Mesmo ele sendo Suiço. Mas não é do nosso cantão, e do cantão do lado. Malditos Valaisianos.
O pessoal da sala antiga tb era mais legal. Mas esses são tranquilos. Mas tem um romeno meio estranho. Se bem que na anterior tinha uma suiça-alemã meio estranha... Enfim.

• Os três vasinhos de miosótis estão cheios de brotinhos verdes, mas nenhuma flor, nenhum botão, nada de muito divertido.

• hoje na faculdade eu vi um pássaro estranho, tipo uma garça, comer um ratinho. No meio do gramado. Do nada. O ratinho tava vivo e se debatia. Eu me senti assistindo um documentário do Animal Planet – e não tinha ninguém do meu lado pra eu comentar.

tá, atualizei! Pronto!

domingo, 29 de julho de 2007

Minha prima Pilar chegou aqui hoje, fica até sábado de manhãzinha (ou de madrugada, pra ser mais exata). Chegou em excelente hora. Gosto do timing dessa menina.

Amanhã começa a fase 2 do curso de francês. Eu tenho que ir fazer o teste de colocação (de novo), mas vou altar essa semana enquanto ela estiver aqui. O garoto que dirige zepelins tem uma irmã de 18 anos que também vai estar perdida pela cidade, e as duas vão ficar conversando enquanto a gente faz prova. Pelo bem da Pilar, espero que a irmã dele fale algo além de alemão.

Minhas plantinhas começaram a brotar, para aqueles que mal conseguiam se conter de ansiedade para saber o que aconteceu.
Dos três vasinhos, dois estão bem brotados (mas sem florzinhas azuis pequenas ainda), e o terceiro só começou a brotar a primeira folhinha hoje. You go, little plant.

Foi aniversário da Julia e eu quero comprar um presente pra ela muito mais legal do que o que eu já comprei porque ela me deu um presente muuuuito foda. Pinguins! (de brinquedo, mas já é um começo, é uma familia toda, mamãe e papai e filhinhos e bebês, e são Sylvanian Families, que era meu brinquedo preferido quando eu era pequena e morava na inglaterra, a Julia é muito legal).
Isso pra dizer: parabéns pra ela, muito muito mesmo.

Ontem eu fui a Annecy, na França, que é uma cidade tão bonita que parece de mentirinha.

Hm... Que mais? Eu tinha botado lembretes de coisas pra escrever no blog, deixa eu ver...
Ah, sim, livro de francês joselito.
Então, tinha um exercício na apostila de francês que deram pra gente no curso que eu achei bastante curioso. Vou traduzir aqui:

Encontre para os grupos de palavras seguintes um termo que os reúna ou sugira.

EXEMPLOS: quarto, corredor, sala, porta de entrada, cozinha -> apartamento.
alegria, felicidade, gargalhada, piada, sorriso -> rir.

1. Réveillon, casamento, baile, se divertir, fogos de artifício. -> .........
2. Camarão, carangueijo, mexilhão, lagosta, lula. -> .........
3. Gritos, ferimentos, tapas, vaso quebrado, chorar. -> .........
4. Areia, se bronzear, bóia, mar, conchas. -> .........
...


...e etc.

Ok.
1. Festividades.
2. Frutos do mar.
3. Violência doméstica? Hã?
4. Praia

Só que que achei o ítem 3 meio joselito para uma apostila de um curso de férias de francês?
Sei lá, vai ver que é normal, mas eu achei um exemplo muito bizarro.

Para o blog quando eu estiver com saco: o showzinho tosco com dancinhas para terminar as primeiras 3 semanas de curso.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Florzinhas, lampadinhas e outras viadices de menina

O apartamento onde a gente tá morando é legal, o quarto é bem grande, tem varanda e tem vista pro lago. Mas aquela coisa, né, a decoração é meio uma mistura de apartamento de velho com hotel Íbis. Mesa de centro de vidro, papel de parede com uma texturinha rosada, colcha feia na cama, na sala o sofá azul é da mesma cor que a poltrona azul e que o tapete azul e que a cortina azul e o quadro estilo promoção do Rei Dos Quadros com o céu azul sobre o mar azul (pelo menos é azul, podia ser, tipo, dourado ou sei lá). E eu estou fazendo o possível pra deixar isso mais com cara de "lar", dentro das restrições (não furar a parede pra botar quadro ou pendurar coisas, não colar coisas no papel de parede, não pintar a parede, não joselitar o apartamento em geral). Aí eu comprei caixinhas bonitas pra guardar minhas coisas (só falta guardar minhas coisas, isso eu detesto fazer), comprei velinhas, um adesivo style de florezinhas pra colar na porta do armário, lampadinhas pra pendurar com penduradorezinhos de ventosa em volta da porta (a ventosa não gruda na porcaria do papel de parede brega, mas pelo menos gruda no batente). Comprei capas de almofada pra cobrir as almofadas azuis da sala, que não couberam, merda...
Mas com todas essas coisinhas meio viadinhas, o apartamento tá ficando bem mais legal – o Romário só suspira e concorda, mas foda-se, ele lava a louça, eu decoro a casa, e a vida é boa assim.

Outra coisa que eu to sentindo muita falta é do meu gatinho lindo psicótico que agora mora em Minas. Tô com saudade dele fazendo festa quando eu chego em casa, subindo pelas paredes, mordendo meu pé, estragando o sofá e deitando no meu colo enquanto eu assisto tv ou fico no computador. Aí eu fico carente de bichinho. Mas como nesse prédio não pode ter animais (embora o vizinho tenha dois cachorros), tô tendo que me virar sem nem um peixinho dourado.

Como solução tosca pro problema da decoração da casa e da saudade de ter um gatinho, comprei plantinhas. Que são tipo o mesmo princípio de animais de estimação, só que elas não correm, não brincam, não interagem, não respondem, não são boas de fazer carinho, não fazem porra nenhuma.

Mas então, tenho uma "horta" composta de um vasinho de manjericão e um de alecrim (e vou comprar um de hortelã essa semana), um vasinho de lavanda dentro de casa, e uma coisinha linda que comprei numa loja de coisas para a casa, que se chamava "garden in a bag", e era pra plantar miosótis a embalagem era linda e eu não resisti e comprei. Pois bem, miosótis é minha OUTRA flor preferida, além dos girassóis, e é tipo o oposto do girassol, é uma florzinha azul minúscula que cresce que nem matinho no meio da grama em países temperados. Eu encontrei por acaso no jardim em Londres quando eu tinha 6 anos, e fiquei fascinada porque eu nunca tinha visto uma florzinha tão azul e tão pequena, e minha mãe disse que se chamava "miosótis" em português, e "forget-me-not" em inglês (que é um nominho bem água com açúcar mesmo), e eu achei lindo e decidi que era minha flor preferida. Desde então, nunca mais vi um miosótis ao vivo, só em foto.

Maaaas então. Garden in a bag. Eu comprei, era fofo, era lindo, parecia simples e prático. Tinha uns desenhinhos atrás ensinando como fazer, e as instruções embaixo, e só quando eu cheguei em casa eu vi que as instruções eram só em alemão. Uhu. Mas tá. Segui is desenhinhos, abri, e tinha um círculo de terra seca prensada, mais ou menos 5 cm de diâmetro e 1cm de espessura. E um saquinho minusculo com sementinhas pretas minusculas. Aí eu fui comprar um vasinho minusculo pra plantar a florzinha, mas só vendia em combo de 3 vasinhos minúsculos, então comprei mesmo assim, e ainda bem, porque quando vc botava a água a porcaria da terra aumentava tipo mil vezes de tamanho, e eu acabei tendo que dividir a terra e as sementinhas entre os três vasinhos porque não cabia em um só. Aí eu plantei. Isso foi ontem.

Mas tipo. Esa coisa de plantar sementinhas exige uma paciência que eu não possuo. Eu fico indo de 5 em 5 minutos olhar a porcaria do vasinho pra ver se alguma semente começou a brotar, e por enquanto, NADA.
Acho que se eu aguentar esperar as florezinhas crescerem eu vou crescer como pessoa. Enquanto ser humano, e tal. A nivel de personalidade.

Eu também quero falar das lampadinhas que eu comprei, e das instruções em alemão, e do meu livro de francês joselito, e do sujeito tocando sax na rua, mas esse post já tá muito grande então fica pra outro dia.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Good day, sunshine

Hoje eu to de bem com a vida!

O curso de francês novo é muito legal, o pessoal é super gente boa, o professor é bom e engraçado e ensina bem e faz piadas boas e deixa a gente chamar ele de "tu" em vez de "vous", a gente foi a uma exposição num museu aqui que tinha vários desenhos animados legais, e eu depois tomei cerveja tendo conversar engraçadas em francês com o pessoal gente boa do curso e o sol voltou ao mundo hoje (PAROU DE CHOVER HOJE!!! UHU!!!), e eu encontrei o guarda-chuva que tinha perdido, e amanhã tem Tokyo Ska Paradise Orchestra e ainda tem torda de chocolate de aniversário na geladeira a vida é super legal.

Bom estar de bom humor e achando tudo ótimo, eu já estava com saudade dessa sensação hehehehe :D

Eu sempre penso em coisas legais pra escrever no blog quando eu estou longe do computador e quando eu chego em casa eu não lembro ou não tenho saco... Eu ia falar das punições de trânsito na Suiça (e do trânsito em geral) mas to sem saco. Eu ia falar alguma outra coisa legal mas não lembro.

Algumas coisas que eu aprendi no curso de francês até agora:
- quando a água do lago está entre 22 e 24 graus, aparecem na água as "puces de canard", que quer dizer "pulga de pato". Sim. Pulga de pato. E eu que estava empolgadona pra nadar no lago fiquei beeeem menos empolgada agora. Mesmo todo mundo dizendo que não tem problema nenhum se você tomar banho depois do lago (o que é, tipo, ÓBVIO), e que o máximo que pode acontecer é você ficar coçando de 3 a 6 dias. Mas po. Pulga de pato. Fala sério.
- os franceses (e suiços, e "francophones" em geral) não têm palavra pra "namorado". Quando você está num relacionamento com alguém e não é casado nem noivo, existem as possibilidades de dizer "petit ami" (amiguinho) quando você tem, tipo, 12 anos, ou de dizer "copain" (colega) quando você tem de 20 a 30 anos, ou de dizer "ami" (amigo) quando você tem de 30 a 40, ou de dizer "compagnon" (companheiro) quando você tem de mais de 40. E não tem como saber a diferença entre um colega e um "colega" (a não ser através das nossas piadas de wink-wink nudge-nudge ou de fazer aspas no ar, mas isso sou só eu e os venezuelanos que fazemos). Confuso.
- "Luxurieux" se usa para algo voltado aos prazeres carnais. "Luxuriant" se usa para uma vegetação exuberante. "Luxueux" se usa para algo que tem muito luxo. E isso tudo porque alguém disse que o James Bond ficava sempre em quartos de hotéis "luxuriants", o que não deixa de ser verdade.
- O subjuntivo no francês é totalmente subjetivo e não existem regras claras pra quando usar mas existem muitas sutilezas que não vêm ao caso aqui.
- perto de Gruyères existe um lago artificial, quer dizer, eles fizeram uma barragem no rio pra formar o lago em um vale. Para isso, tiveram que inundar um vilarejo, que hoje está em ruinas no fundo do lago (e quem faz mergulho pode ir lá olhar, deve ser legal). E quando o nível da água está baixo dá pra ver o topo do castelo no meio do lago. Eu quero ir ver!

Como eu disse, o curso é legal e eu to me amarrando. Pena que só dura 3 semanas e já está acabando a primeira...

Pra terminar, e comemorar que os dias de frio do verão parecem estar acabando (é, tava fazendo 9, 10 graus e tal – verão de merda), vou botar uma foto que o Léo me mandou no meu aniversário e que me deixou feliz.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Demenagement, curso novo, Luisa Matusalem, etc

Hoje fui pro novo curso de francês na universidade de Lausanne, que dura 3 semanas (é um curso de férias). Tinha um montão de gente. Hoje foi só teste de nivelamento, amanhã vou saber em que turma eu fiquei.

Hoje à noite vou ao show do Beastie Boys no festival de Montreux.

Eu estou muito, muito feliz que não está mais chovendo hoje. Estava chovendo, tipo, há quarenta dias e quarenta noites e eu já estava começando a construir a arca e coletar os casais de animaizinhos.

Eu me mudei, para um apartamento no quarto andar do mesmo prédio onde eu estava antes. É maior e isso é ótimo. Se alguém quiser o endereço pra me mandar cartões postais ou cartas ou presentes de aniversário ou bebês pinguins, é só pedir, eu vou gostar de receber.

Hoje é o aniversário de 10 anos do meu primeiro beijo, e eu sei que eu sou uma pessoa muito deprê por lembrar disso (até porque normalmente eu sou tosca pra números e datas), mas eu só sei porque foi na véspera do meu aniversário de 14 anos.

Hoje na prova oral de francês (que foi uma zona, aliás) dividiram a gente em grupos e um dos exercícios era cada um falar alguma coisinha sobre si mesmo que poderia ser verdade ou mentira e os outros tinham que dizer se era verdadeiro ou falso. Eu falei "eu tenho 32 anos e lá no Brasil eu tenho 8 cachorros em casa". As pessoas acharam que era verdade. Amanhã é meu aniversário de 24 anos. Pqp. Eu devo parecer ser ainda mais deprê do que eu pensava.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

from the diaries of my other self


"Reconcile to the relief
consumed in sacred ground for me
there wasn't always a place to go
but there was always an urgent need to belong

All these bands and
all these people
all these friends and
we were equals but
what you gonna do
when everybody goes on without you?

To the end, to the end, I'll journey to the end."


Rancid é bom, né? To com saudade dos meus cds.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Gruyeres

Olha só como Gruyères é uma gracinha:


E com um Fondue daqueles, nem precisava ser bonito!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Hockey sobre patins II

Ah, é, esqueci de dizer. Essa é pra quem leu os posts antigos, entre todas as 3 pessoas que lêem esse blog.
Aqui tem tv portuguesa (tem canal em português de portugal, tem canais em alemão e aquelas merdas daqueles canais italianos e os canais sem-sal em francês). Aí outro dia, já tem mais de uma semana, a gente tava passando e tava aparecendo um jogo de hockey sobre patins. Era a seleção que eu conheci jogando no mundial, reprise do último jogo no tal campeonato mundial em Montreux, e o narrador dizia "...e a seleção portuguesa voltou para casa cedo, com sua pior classificação neste campeonato desde sempre." E dava um close no careca gente boa que sentou do meu lado (não lembro mais o nome dele e não to com saco de ir no google procurar. Reinaldo, talvez? Talvez Caio. Talvez qualquer outra coisa).
Mas eu fiquei tão triste! Depois eu fiquei pensando que pode ser culpa minha, eu sou TÃO ruim em esportes que eu posso ter passado a minha aura de descoordenação pro careca gente boa que sentou do meu lado. Mas depois eu pensei, po, vários deles estavam gorduchinhos e meio fora de forma considerado o padrão físico de qualquer cameponato esportivo mundial que não seja, tipo, sinuca... Acho que foi culpa deles mesmo. Nem meu egocentrismo fora do normal me convenceu de que tenha sido culpa minha. Mas eu fiquei decepcionada, os caras eram gente boa e eu estava torcendo por eles. E "pior classificação desde sempre" foi humilhante. Tadinhos.
Dá uma preguiça de escrever aqui às vezes...
Mas vamulá.
Tá chovendo. Meio que todo dia. E nublado e mais friozinho do que eu esperava (nada demais, mas po, teoricamente é verão). "Verão" é só no nome, mesmo.

A vida é pacata, vai ficar mais pacata ainda, a partir de amanhã não tenho mais curso de francês (escola de "verão". pfff).

Acho que a chuva tá me deixando desanimada. Tenho que encontrar algum curso legal pra fazer, e rápido, pq pelo visto emprego não vai rolar tão cedo, não com o meu nível de francês tosco pra fazer algo a curto prazo, e não com meus planos de ir pra Londres em janeiro a longo prazo.

Bem, tá. Fim de semana é hora de passear. No sábado a gente foi a Berna, capital deste pequeno país, mas a gente saiu tarde daqui, quase 13h, chegamos lá quase 3 da tarde, morrendo e fome, comemos uma batata rostie e ficamos morgando pela cidade porque comemos demais. Foi meio patético. Mas como Berna não é longe, fica a pouco mais de uma hora de carro (e portanto dá pra ir e voltar no mesmo dia sem pagar hotel), quero voltar lá com mais calma, pq é tão bonitinho e é patrimônio cultural (ou histórico?) da humanidade pela Unesco e eu nem sabia. E tem fontezinhas e chafarizes e predios medievais e um rio bonito e ursos tristes num fosso (iss é totalmente tosco e deprê, os ursos meio psicóticos jogados dentro de um fosso, porque o urso é o símbolo da cidade e tem ursos nesse fosso há não sei quantos séculos e os ursos são tão deprês que eles comem fandangos que as pessoas jogam pra eles, eu achei meio triste mesmo eles sendo bonitinhos). Ah, e tinham pessoas fazendo um piquenique, tipo criancinhas e toalhas quadriculadas e tal, na graminha na beira do rio (a gente viu o piquenique lá do alto a ponte), e essas pessoas estavam assando um leitão. Um leitão de verdade, interinho, pezinhos e focinho e tudo. E rodavam o leitã assado sobre uma fogueirinha, no melhor estilo gaulês. Foi curioso, eu me senti realmente transportada no tempo para a Idade Média (ou pra ilha de Lost. Caramba, eu preciso de uma vida!).

No domingo a gente foi a Geneva mas choveu. Estava tudo fechado, porque era domingo (foi que nem o pica-pau no inicio do desenho que o André botou no site dele, me identifiquei muito! Fechado, fechado, fechado!). A gente passeou um pouquinho por Geneva, de carro e tal, por causa da chuva. É bem bonito, mas é muito muito de rico. Só tem anúncio de canetas Mont Blanc e relógios sei la o quee Louis Vuitton e Bulgari (Bvlgari?) e prada e tal. Mas é bonito. E o chafariz no meio do lago é bonito, e os cisnes são bonitos, e o almoço tava gostoso (molho de ervas hmmm).

E é isso. Cansei.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Fromages

Ontem fizemos um passeio lindo! Fomos a Gruyères, aqui perto (onde se fabrica o queijo gruyère, surpeendentemente).

Vou contar tudinho, então, tintim por tintim, porque esse blog não é escrito por uma pessoa que gosta de exercitar seu poder de síntese.
Então lá vai.

O Romário viveu a vida inteira no Brasil, como uma pessoa que vive no Brasil, se locomove no Brasil, dirige de um lado pro outro e de vez em quando se perde mas sempre se encontra e nunca teve problema com isso no Brasil. Aí aqui deram pra ele um carro com GPS, pra ele não se perder, e ele, que viveu a vida toda sem isso, tá viciado na porra do GPS, e o maldito GPS me irrita profundamente. É uma voz em português do Brasil, com o nome de Gabriela (sim, ela tem um nome, já veio no menu do GPS), e ela interrompe as coisas que eu estou falando ou a conversa que eu estou tendo ou a música que eu estou ouvindo pra dizer frases estúpidas como "saia na saída" ou "daqui a oitocentos metros vire a direita na rotunda. Segunda saída." e tal.
E quando a gente decidiu passar o dia em Gruyères, curtindo o lindo passeio, a Gabriela GPS madou a gente pra auto-estrada e eu fiquei puta e fiquei xingando ela e o mundo durante uns 10 minutos, até eu notar que a auto-estrada é inacreditavelmente bonita, e aí eu relaxei. A gente botou um endereço qualquer em Gruyères, e pronto. Aí, chegando perto, a gente segue as indicações do GPS pra sair da auto-estrada, começamos a passar por cidadezinhas lindas, e eu histérica, tipo "vira ali! tem um castelo pra esquerda, olha! vira pra gente ir ver!" e a Gabriela dizendo "vire na próxima rua à direita", e eu discutindo loucamente com a máquina "naaaaaão!!! vira à esquerda pra gente ver o castelo!!! depois a gente volta!!!", e o Romário, coitado, duas mulheres dando ordens diferents pra ele, ele ficava confuso. Depois de insistir muito em convenci ele a se rebelar contra as ordens da Gabriela e virar à esquerda pra ver o castelo, e a fontezinha, e a cidadezinha linda onde a gente estava. A Gabriela ficava dizendo "retorne assim que for possível" e eu saltei do carro com o meu sorrisinho triunfante e tirei fotos do castelo. Tá, ok, seguimos nosso caminho, voltamos pro carro e fomos ouvir as instruções do GPS, que começaram a levar a gente pra fora da cidadezinha, por uma estrada mão-dupla estreitissima onde só dava pra passar um carro, e o Romário todo preocupado, e eu exultante com o fato de estar numa estrada pequenininha pelo meio dos campos e não na auto-estrada, e a gente passa por essa estrada, onde não tem NADA em volta, e de repente começamos a passar pelo meio de um bosque, árvores pelos dois lados, um túnel de árvores lindas lançando sombrinhas esverdeadas e aqueles fachos de luz que passam pelo meio das folhas no chão da estrada, e eu toda feliz, e o Romário todo desconfiado, de repente a Gabriela diz "chegou ao seu destino."
Tipo. No meio da estrada. Cercada de árvores. E mais nada. O Romário parou o carro e a gente começou a rir (se não fosse uma máquina eu poderia que jurar que tinha detectado um tonzinho de sarcasmo na voz gravada da Gabriela). Acho que o GPS ficou puto comigo porque eu fiquei reclamando e liderando um micro-motim contra as ordens autoritárias dela.

Mas tá, depois disso a gente achou outro endereço em Gruyères e obedecemos o GPS e chegamos lá sem problemas. E a cidade é linda, toda pequena e medieval e tem um castelo que nem é tão antigo pros padrões europeus, de mil quinhentos e pouco, pq o antigo mesmo pegou fogo... Mas é legal mesmo assim e a vista e linda, linda, linda. dá pra ver todas as colinas plantadinhas e as cidadezinhas pequenas e as montanhas escaradasno fundo e os bosques e as vaquinhas. Lindo, lindo. Super pacato e lindo.

E, é claro, comemos fondue e raclette de queijo gruyère, e o fondue tava absurdamente bom, e no fim da tarde eu comi frtas vrmelhas com o "crème double de Gruyères", que e tipo um creme de leite especialidade local, e tudo foi lindo.

Na volta, eu vi que o GPS tinha um jeito de selecionar "evitar auto-estradas", então voltamos por um caminho diferente, onde passamos por outro castelo fofo, e também foi lindo.

E já que meu diário de bordo inclui comentários sobre filmes e seriados e coisas nerds em geral (e não só castelos e queijos, embora castelos e queijos possam ser bem nerds, dependendo de como se desenvolve a narrativa), quando cheguei de volta em Lausanne fomos ver Piratas do Caribe 3. Aliás, uma coisa curiosa: aqui só alguns poucos cinemas e horários passam filme legendado, e a legenda e em duas línguas! A linha de cima em alemão, a de baixo em francês. Curioso. Mas tá, o filme: po... Aquela coisa, né. Mas ver o Johnny Depp nunca é ruim. Ver vários Johnnys Depps é melhor ainda.
E não e que meu poder de síntese tá melhorando? Esse comentário sobre o filme foi bem suscinto, eu achei.

E esse foi meu domingo!
Sábado foi meio desinteressante. mas tranquilo.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Solsticio

Ontem foi solstício de verão aqui. O dia mais longo do ano. Para vocês, a noite mais longa do ano, e pra Julia, a viagem de avião confusa que sai da noite mais longa pra noite mais curta – mas pelo menos agora ela é minha Continentmate! :)

Pra comemorar o dia mais longo do ano, rola a Fête de La Musique, a festa da música, cheio de eventos de musica gratuitos ao redor da cidade. Pena que não tinham muitos eventos durante a tarde, era tudo mais de noite mesmo... Eu fui pro curso de francês (ah, sim, comecei o curso de francês, que é exatamente o que se espera de um desses curso de francês, com exatamente o tipo de pessoas que se espera em um desses cursos de francês), saí de lá tipo meio-dia, e fui assistir a um duo de pianos tocando música clássica. Aí eu almocei, fiquei tentando fazer hora até as 19h, mas percebi que eu tava morta de sono e voltei pra casa e dormi. Acordei mais tarde, o Ro chegou do trabalho e fomos ver duas big bands na escola de jazz local. Rolava uns grupos de rock em francês tocando pelas ruas da cidade, umas barraquinhas vendendo salsichão e churros e coisas do gênero (é, churros, mas aqui se pronuncia churrôs"), uma fanfarra tocando "imagine" do John Lennon e outras coisas perdidas por aí. Foi legal.

Eu gosto quando fica escuro tarde. A pior coisa do solstício de verão é que você sabe que daqui pra frente só vai piorar, os dias ficando mais curtos e mais curtos e mais curtos até chegar o inverno onde anoitece às 4 da tarde e tudo é escuro e frio e deprê. Mas pelo menos ainda temos o verão todo pela frente. Eu quero ir nadar no lago!
Eu acho...

Eu tenho medo de falar francês com as pessoas no telefone. Pelo menos ao vivo tem o recurso da mímica...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Demenagement

"Déménagement" quer dizer "mudança", afinal. Irônico que eu não soubesse isso.
Bem, tá, o curso mudou de lugar, me inscrevi, yadda yadda yadda, começo amanhã às 9h (4 da manhã para vocês, vejam só).

O curso de francês fica numa rua horizontal (uhu!!) no fundo de um vale muito muito fundo, e também fica muito perto da FNAC, aiaiaiai!!
Do lado da FNAC tem um elevador público que permite que as pessoas tenham que subir menos ladeiras e escadas. Muito bem, Suiços. Gostei de ver.

Eu saí do curso (onde fui me inscrever), subi as escadas rolantes da FNAC (é o caminho alternativo do elevador), estava sem saber o que fazer e pensei "o que será que acontece se eu entrar nesa rua daqui?". Aconteceu que eu saí em frente ao supermercado, achei que aquilo era um sinal divino, porque eu estava mesmo considerando rodar as ladeirinhas tortas atrás do supermercado.

Eu não gosto de supermercados onde os ingredientes das coisas são em alemão e eu não sei o que eu estou comprando. Mas eu gosto de supermercados que vendem tomatinhos cereja italianos importados baratinho, ou massa Barilla a preço de banana. Então estou com sentimentos conflitantes para com o supermercado.
Algumas coisas que são caras no Brasil são bem baratas aqui (tipo bebê milho em conserva, eba!), e algumas coisas que são baratas no Brasil são muito caras aqui (tipo carne).

Fiz minhas comprinhas, desci ladeira, subi ladeira e fui pro ponto de ônibus pra voltar pra casa, tranquilo, e na hora de entrar no ônibus entraram junto duas mulheres acompanhadas de nove criancinhas muito pequenas, deviam ter menos de 3 anos (3 no máximo), tiponem sabiam falar direito. E eram tão bonitinhas! Todas de boné ou chapeuzinho pra proteger do sol, tão branquinhas, quase todas eram loiras ou ruivas. Tinha o loirinho endiabrado que não ficava sentado (pro desespero de uma das mulheres que acompanhavam), o outro loirinho comportadinho, a ruivinha linda que comia coisas do chão (mais uns 3 ou 4 anos e o Filipote pega hehehe), e elas eram tão bonitinhas e branquinhas e bochechudas e pequenas e fofas que eu fiquei até feliz.

Hoje passei pouquinho tempo na rua, mas é que amanhã vou ficar fora o dia inteiro, indo de manhã cedo pro curso de francês e ficando até de noite, pra Fête e la Musique, que tem trecos de musica gratuitos ao redor da cidade comemorando o solstício de verão eu adoro solstício de verão!).

Ah. E eu sou muito no contrafluxo da moda mesmo hehehehehe. Agora que Lost acabou, eu comecei a ver, desde o primeiro episódio e tal. To tipo no décimo, agora. E eu tô totalmente entendendo o que as pessoas diziam do Sawyer! E eu ia agora fazer uma grande dissertação sobre o Charlie de Party of Five (que eu nem assistia) e que faz o Jack em Lost e quem faz o Charlie em Lost era um Hobbit e como eu achava antigamente que quem devia fazer o Aragorn em Senhor dos Anéis era o Charlie de Party of Five, mas agora nem acho mais, porque o Jack de Lost é muito bonzinho demais, mas é porque eu acho que o casting do filme do Senhor dos Anéis foi perfeito em quase tudo, mas errou muito naquele Viggo Mortensen (é assim que se escreve?) pra fazer o Aragorn porque ele tem cara de caminhoneiro, e porra, o Aragorn não devia ter cara de caminhoneiro, ele devia ter cara de cafa sujinho quando fosse o Strider, e cara de Rei Bonitão quando fosse o Rei. Em vez disso ele ficou com cara de caminhoneiro quando era o Strider, e de caminhoneiro arrumado pra ir à quermesse quando virou Rei. Mas eu decidi não dissertar sobre isso porque me pareceu muito nerd.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Fui hoje me inscrever no curso de francês, como eu falei que ia mais cedo. Peguei o onibus, andei, subi ladeira, desci ladeira, subi mais ladeira (e etc), cheguei lá e está fechado ("fermé") por causa de "déménagement" (acho que era assim que se escrevia). Agora eu tenho que encontrar outro curso de francês pra descobrir o que significa déménagement.

Já que estava no centro mesmo, fiquei andando a esmo, pelas ruazinhas de pedestre, entrando em loja e saindo de loja. A cidade é pequena mas tem duas H&Ms!! Eba!!! Eu fiquei vendo tudo o que tinha na H&M (que é uma loja, acho que sueca, ou algo do gênero, que tem filiais em várias cidades da Europa, que é tipo uma C&A, em roupas baratas e tal, mas eu acho as roupas bem mais legais, eu tenho um milhão de roupas de lá – tipo aquela bermuda preta com os suspensórios que eu tenho, a maioria das minhas blusas de botãozinho, a minha saia cinza-escura que praticamente já anda sozinha, a blusa linda que parece estampa de papel de parede antigo que a Julia tem igual só que de outra cor, vários dos meus chapéus e boinas, etc.
Mas então, eu tava lá dando uma olhada, essa coleção nem tinha tanta coisa legal (fora uma capa de chuva linda azul escura com guardachuvinhas bracos estampados e eu tô há muito tempo – tipo alguns anos – procurando uma capa de chuva legal porque eu odeio guarda-chuva). Eu desci e estava vendo a parte de lingerie, pensando em comprar uns sutiã pra mim, e eu olho pro lado e tem uma menina magrinha (tipo beeeeeem mais magra que eu) e toda peituda (tipo bem mais peituda que eu) olhando sutiãs também. Aí eu fiquei irritada com a vida e saí da loja e fui procurar outra loja menos humilhante.

Mas sabe aquelas histórias dos brasileiros que vêm pra Europa e passam fome? Então. Aconteceu comigo. Quando eu vi, já eram tipo 3 da tarde e eu estava roxa de fome e não encontrava nenhum lugar barato pra comer, e eu me recusei a comer no Macdonald's pela segunda vez em 4 dias na Suiça – mas ó, a gente comeu lá no sábado e eu comi um saduiche muito, muito bom, no pão ciabatta, com queijo suiço derretido, muito gostoso mesmo. Mas então, acabei resolvendo comer alguma coisa do supermercado. E pra encontrar o supermercado de novo? Eu lembrava de ter passado na frente dele mais cedo, mas me perdi no meio de todas aquelas ladeiras tortas, e me dava um nervoso cada vez que eu achva que estava indo na direção certa e começava a descer uma ladeira, porque eu sabia que ia ter que subir em seguida... EU ODEIO LADEIRA! Mas tá, encontrei, entrei no supermercado pra comprar alguma coisa pra comer, acabei comprando um sanduiche de atum com alguma coisa que eu não sei o que era porque os ingredientes estavam em alemão, e smoothie (um suquinho misturado) e água. Ah, é, porque aqui não é que nem Basel, que eu podia encher a garrafinha de água em qualquer fontezinha espalhada pela cidade. Lá e que era Suiça. Isso aqui é a França disfarçada.
Aí fui procurar um lugar pra sentar e comer e eu não encontrava!! A cidade é bonita e agradável mas não tinha lugar pra sentar (só na escada de uma igreja, mas tava batendo sol e eu odeio comer no sol). Rodei muito até achar um banco (é, porque eu tambem não achei nenhum parque pra ir entra na grama na sombra de uma árvore, London style). Só achei um do lado da rua onde passa carro, e foi lá mesmo que eu comi, embora ter comido nas ruas de pedestre teria sido mais agradável.
Depois eu voltei na H&M e comprei a capa de chuva.

Esse deve ter sido o relato de viagem mais chato da história...
Bem, pelo menos não foi chato pra mim, foi bem agradável na verdade.

Amanhã vou procurar outro curso de francês. Sem déménagement.

Hockey sobre patins, e tal

Cheguei em Lausanne! Uhu!

Então, a viagem foi cansativa ra caralho, essas coisas, avião lotado, não tinha lugar na janela, meu assento estava quebrado então era o único do avião que não reclinava (essas coisas acontecem só comigo, não é?), etc. Troca de avião em Lisboa, venho de Lisboa a Geneva conversando com a seleção portuguesa de hockey sobre patinsque vinha pro campeonato mundial em Montreux (e eu nem sabia que isso existia, achava que hockey era só no gelo. Nem cheguei e a viagem já foi educativa). Chegando em Lausanne, vejo que perderam uma das minhas malas, ficou em Lisboa. Ai, ai. Pelo menos entregaram aqui no dia seguinte.

Mas foda-se, cheguei em Genebra, cheguei em Lausanne, passeei na região em volta, fui tomar vinho com o famoso chefe eslovaco, vi o lindo lago e os lindos alpes e os lindos vinhedos da região (sério, muita coisa bonita, absurdo), a cidade gracinha, as porcarias das ladeiras não-tão-gracinhas da cidade gracinha, o apartamento temporário, os Suiços me destratando porque eu sou brasileira e isso aqui é sinônimo de prostituta (que lindo, hein?), assisti o fraquinho Shrek 3 ontem, tomei weissbier local (que se chama bière blanche hehehe), falei francês, comprei meu chip Suiço de celular, vi a ferinha de rua do sábado e a beira do lago e os cachorrinhos berneses e as ruas limpinhas e no domingo tudo fecha e a cidade vira uma cidade-fantasma...

So far, so good.

Quem quiser me ligar pro celular suiço porque simplesmente não se aguenta mais de saudade, fique a vontade!
Meu telefone é:
(00 xx 41) 78 900 9829

É isso aí. Agora, onibinhos, Place St François, procurar o curso de francês, essas coisas.

terça-feira, 12 de junho de 2007

A importancia das coisas

Não dá pra botar acento no título do post, não?

Mas então.
Continuo arrumando coisas, e não param de aparecer outras coisas pra arrumar.

Isso tudo está me deixando meio deprê. Ou será a dengue?
Não interessa.

O que interessa (?) é que hoje eu matei um pouco da Luisa de 16 anos. E eu fiquei pensando sobre a importância das coisas. As coisas que a gente guarda, e tal.
Desmontei o meu mural de fotos, que estava lá basicamente desde que eu me mudei pra cá, foi uma das primeiras coisas que eu arrumei quando cheguei no quarto novo do apartamento novo da vida nova depois que voltei do intercâmbio. E o mural foi um pouquinho modificado ao longo dos anos, mas não muito (saíram umas fotos do ex - nao todas - e entraram algumas fotos do atual, entraram uns ingressos de show novos e algumas lembrancinhas e tal, mas o principal tá lá há milênios).
O mural continha as coisas que eu considerava mais importantes na minha vida, eu acho. Algumas fotos da minha família quando eu era pequenininha (meus avós, minhas primas lindas). Fotos do namorado, fotos da Julia, fotos da Cecilia, fotos das meninas da banda, e da escola, e fotos do pessoal do intercâmbio que eu não queria esquecer nunca, e ingressos de shows, e papéis de chocolate do asterix que ganhei de presente, e papelzinho de maltesers (depois eu reclamo que eu to gorda, as coisas mais importantes da minha vida certamente incluem muito chocolate), e referências a desenhos animados, e aquele papel do MacDonalds onde a gente desenhou uma vez nos bichinhos ameaçados de extinção, e coisas desse tipo. Tudo bem adolescente mesmo.

Arrumando coisas velhas, a gente encontra coisas que não tinham muita importância em uma determinada época, e que hoje são importantes – algum bilhetinho que alguém mandou pra mim, que sei lá por que acabou sendo guardado, e hoje é a prova de uma amizade que já dura há muitos anos, por exemplo. Algum desenho idiota que ficou no fundo de algum caderno de quando eu tinha 12 anos e hoje rende boas risadas. Cartas, e fotos, e tal, de tempos que não vão voltar. Fotos que a gente fica muito feliz que tirou. Mesmo com aquelas espinhas todas.
Já outras coisas perdem muito a importância. Depois que eu vi uma porção de shows, de repente aquela foto daquele show do Lagwagon que eu vi sozinha em Londres fica meio perdida. É mais uma banda vista de longe em mais um palco em mais uma foto mal-tirada. Já vi shows melhores, foda-se o Lagwagon no Astoria. E aquelas pessoas do intercâmbio que eu não queria esquecer? Confesso que eu esqueci algumas – "quem é esse cara aqui do lado da espanhola – e aliás, qual era o nome dela mesmo?". Algumas piadas perdem a graça - "por que eu achei tão engraçada a cara dessa mulher no papelzinho do restaurante?". Algumas fotos do ex-namorado onde a gente achava ele a pessoa mais linda do mundo inteiro perdem o sentido ("o que tem demais nessa foto, afinal? E aliás, ele nem era tão bonito assim!").
Outras coisas eram importantes lá e continuam importantes agora. O tal papelzinho do Macdonald's, e tal. E o ingresso do NOFX. E a foto minha com a Julia quando a gente era pequenininha, e o mesmo com a Cissa. E aquela foto com Clara, Bi e Analia que a gente não sabe como coube na poltrona e depois pintou de roxo. A importância é por motivos diferentes, mas ainda é importante.

Aí é nessas que eu vejo que nem vou cumprir minha resolução de não guardar nada, nunca mais na vida, nem na Suiça nem em lugar nenhum, só pra não ter que arrumar depois.
É bom ter algumas coisas guardadas. Mesmo que a gente não olhe pra elas quase nunca.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Guardioes de Limiar?

Faltando dois dias para eu embarcar, eis que começo a ficar com febre, e mais e mais febre, e é uma "virose não-identificada" que já me fez adiar a viagem duas vezes e se recusa a ir embora completamente. Quinta-feira deve sair o resultado do último exame de sangue (sim, eu faço exame de sangue toda hora agora, nunca vi!), pra saber se é dengue ou seja o que for. To cansada e de saco cheio e a essa hora já era para eu estar na Suiça comendo chocolate e falando francês e namorando.

Segundo o meu novo melhor horóscopo do mundo, que é o Livro que eu to lendo, isso se chama "Guardião de Limiar". Ou então se chama "a recusa do chamado" de uma maneira muito viadinha da minha parte...
Mas então, é um livro legal chamado "A Jornada do Escritor" de um cara chamado Christopher Vogler e é sobre roteiros mas eu to lendo isso também como um horóscopo porque eu sou boba e estou numa fase da minha vida em que eu quero horóscopos e respostas. Então eu podia estar lendo qualquer coisa que eu estaria lendo com essa interpretação. Mas o livro é legal mesmo, eu to gostando porque eu gosto de histórias e esse livro explica todas elas, inclusive a minha. Estou quase na "travessia do primeiro limiar", e eu vou atravessar a porra do primeiro limiar se eu algum dia ficar boa dessa porcaria dessa virose.

Mas por enquanto tô numa prévia da vida pacata, de repousinho, ouvindo musica e arrumando coisas e lendo cartas antigas de namorados passados e irmãos distantes e avôs mortos e mães que já voltaram de viagem. E vendo fotos de pessoas que eu já não lembro mais o nome e outras que eu lembro mas perdi o endereço, e de amigas que mudaram de cabelo e amigos que mudaram de namorada e pessoas que mudaram de estilo de se vestir... E eu, de cabelo azul, sobrevivendo a tudo. Até a essa porra dessa virose.

Não sei se é isso, se é a virose, se é estar simplesmente "esperando", se são as músicas velhas, as fotos, as cartas, se é estar novamente na casa da minha mãe, sei lá. Mas eu estou me sentindo estranha. Não tenho me sentido muito "eu".
Não estou gostando e quero ir embora logo.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Sono briaca, signori!

Aparentemente, quando eu fico bêbada eu falo italiano "beníssimo".
Bom saber.

Quero ver o que vai acontecer com meu francês em Lausanne... socorro.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Arrumando coisas.
Resolvendo coisas.
Preparando coisas.

Amanhã, exame médico do Detran para renovação da carteira.
Arrumar mais meio milhão de coisas no meu quarto.
Buscar coisas no Jardim Botanico, que ainda estão faltando... Ou isso é sexta?
Confirmar a passagm – ainda não foi confirmada, deve ser daqui a 1 semana.
Marcar os médicos e dentistas que faltam antes de viajar (antes de ficar um tempo longe fora tô meio que fazendo vistoria, não quero ir a médico europeu desconhecido nenhum).

O namorado da Tita vive falando na Vida Pacata...
Acho que Lausanne deve ser assim.
Uma coisa meio bucólica, com castelinhos e queijos e ladeiras e um lago bem plácido. Vaquinhas e barulhos de sininhos e chocolate quente e água límpida e colinas verdejantes e montanhas com neve eterna no topo.
Por enquanto, por aqui, ainda tá tudo meio caótico.
Vamos ver...