terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz 2009!

Reveillón passado eu disse que 2009 ia ser o ano da colheita. Espero que seja, mesmo. E se eu entendesse de agricultura eu continuaria com uma grande metáfora sobre a importância de continuar plantando e sei lá mais o que, mas enfim. O que importa é que eu desejo um EXCELENTE ano pra todo mundo. E pra mim, inclusive. A partir de 21 de janeiro começa uma nova fase pra mim... Vou estar em Londres, desempregada, sem porra nenhuma pra fazer. Pelo menos começa também a nova temporada de Flight of the Conchords hahahaha... Enfim.

Vou testar aqui se esse treco de playlist funciona, com a minha playlist do reveillón.


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EDITADO:
Tirei a playlist daqui, porque ela começava a tocar automaticamente e tava me enchendo o saco, não gosto de site que toca sem a gente dar play.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz natal!

Mais um em inglês, desculpem!

Merry Christmas to the friends in Philadelphia who are probably enjoying a snowy white Christmas. To the friends in London who are enjoying a wet, rainy one. To the ones in Rome, who I suppose must just be cold. To my friends in Turkey, Portugal, China, São Paulo, India, Greece, Israel, USA and everywhere else, with weathers of which I have no idea. And, of course, to the friends in Rio who, like me, will be enjoying a sweaty, hot, hot christmas. Hope everyone has a great time!!! Best wishes to all of my friends!

Resumindo: um feliz natal pra vocês todos, especialmente pros que vão passar o natal no calorzinho carioca, como eu. Essa música é pra gente! É só dar play, vale a pena. (eu sou péssima com essas coisas de podcast, não tinha ninguem online que pudesse me ajudar, mas acho que funcionou hehehe).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

tonight we dine in Rio

Ontem no avião eu tive que escrever sobre o inferno terrestre que tava acontecendo em volta de mim, só que eu não queria que a mulher do meu lado conseguisse ler, então escrevi em inglês. Vou copiar e postar em inglês mesmo e foda-se, aí posso deixar isso pra trás e voltar à lingua da pátria mãe:

After sleeping for one hour (which would have been 40 minutes if I hadn't overused the snooze button), after the rush hour tube ride to Heathrow, after arriving in the airport to an overbooked flight and not knowing whether I would be able to board until 20 minutes before the flight was scheduled, after having to quickly rampage my luggage to take out 4 extra kilos, running through security, etc etc, finally everything seems alright. I have a seat on the aisle, one empty seat to my left by the window, it's on the front row so I have space for my legs, individual TV (gotta love British Airways), my fully-charged ipod, a new book and the warm, fuzzy feeling of knowing the plane is going straight to Rio – not Lisbon, not Sao Paulo.

Then, the lady who is going to sit on the window to my left arrives, with a baby girl in her arms. Turns out she is the nanny for the family to my right, sitting accross the aisle: a 2-and-a-half-year-old boy who screams wildly, another baby girl (8-month old twin to the baby to my left), a mother who is clearly annoyed by everything the nanny says or does, and a bland-looking father in glasses. The mother refuses my helpful offer to switch places with the nanny so they be next to each other, saying it would be inconvenient for me, because once they open the little crib it would be difficult for me to leave my seat and go to the toilet. What she doesn't know is that I'm like a camel when I travel, and that the inconvenience ship had long sailed (and, obviously, the nanny will get up like 17 times during the flight, forcing me to get up too so she can squeeze by the crib). The baby starts crying, and the nanny smiles at me and says "poor thing! looks like you won't get much peace in this flight!". I laugh nervously and turn up the volume on my ipod as loud as I can.

The plane stays on the ground for two hours before taking off, while I bury myself in the book (which, thankfully, has nothing to do with babies, and is instead describing tantric sex with ostriches). To my right, the 2-year-old screams and pulls his mother's hair, who in return yells (to the husband, I presume): "Stop, him, Juliano! Do something, Juliano!! Hit him, Juliano!!!". As soon as the plane is in the air I recline my chair and sleep for an hour, out of sheer self-defense (although vertical sleeping SUCKS).
During the mealtime, I am forced to make conversation. I learn that the nanny, who is Brazilian, doesn't speak a word of english and is very uncomfortable with airplanes (as am I right now, for entirely different reasons). She stays in the house all day in London, where the family will live for the next four years, unable to adapt to the cold or the foreign language. I feel sad for her. For the rest of the flight, my sadness will transform into irritation, as I have to translate everything the fight attendants say, and help her fasten her seatbelt, unfasten her seatbelt, open the table tray, close it, recline her seat, etc etc. To my right, the baby twin starts crying. I can smell baby shit coming from my left. I am in hell.

The flight continued in what I can only assume was an elaborate 13-hour-long government-funded family-planning campaign. I can't possibly understand what happens to human beings that all of a sudden your life starts revolving around a tiny person's body secretions. Or, in this case, two tiny person's body secretions, and another very small person's sudden outbursts of noise and hair-pulling.

Later in the flight, of course, the boy starts running around and, as kids often do, makes a 2-year-old friend. They come over and stand to the aisle next to me. They look at the nanny and the baby to my left, look at me. The baby's brother has evil in his eyes, while the other (new) 2-year-old just looks at the baby with fascination. They look at me again. I decide not to make eye contact, terrified that it might encourage them to try and reach the baby and touch me with their sticky little hands. Their dads are standing in the aisle, their butts unpleasantly on my eye level, talking about the kids and cleaning their runny noses. The baby girl to my left os smelling bad again, while the nanny sings and does baby talk, while the baby to my right starts screaming and throwing stuff on the floor. The new little two-year-old gets a little toy car and sarts running it accross my arm, and the evil-looking one hands me a half-drooled paper cup, trying to touch it on my face. I PANICK. "Excuse me, I have to use the toilet!", and I hurry off. Arriving at the toilet, another overly-reproductive family is waiting at the door, with a desperate-looking mother trying in vain to control four kids between 3 and 9 who won't stop jumping. I wiggle by them in terror and rush to the toilet on the back of the plane. Once I am inside, I decide to stay in there hiding until the plane lands. However, minutes later a turbulence announcement tells me to go back to my seat. I reluctantly walk back to my seat.
It smells like baby shit. Again.

I do hope dinner in Rio is good.


Agora que eu parei de reclamar em inglês, posso comemorar que meu café da manhã foi excelente, e que aqui não tá frio.
Enfim, to no rio, fico um mês, beijosmeliguem!

sábado, 13 de dezembro de 2008

animaizinhos solúveis

Georginho, o meu querido flatmate, resolveu comprar Sea Monkeys. (Pesquisamos na internet, e o nome em português é "Kikos Marinhos"). Cara. Sea Monkeys!! Nem sei por onde começar!..

Vejam bem, Eu adoro animaizinhos, todo mundo sabe disso. Eu quero gatinhos, cachorros, porcos-espinhos (ou seja lá qual for o plural disso), coalas, raposas, pinguins, tatus, bebês-foca e mais uma porrada de coisinhas fofas do mundo animal. Só que Sea Monkeys não se encaixam no perfil.

Pra quem não sabe o que é essa parada: foi uma febre nos anos 70, aparentemente (quer dizer, a única coisa que eu gostei nesse bicho foi a áura retrô). Vinha anunciado em revistinhas em quadrinhos, e você pedia pelo correio, e recebia uma caixa com o aquário e três pacotinhos: o purificador de água, a comida do bicho, e os ovinhos em pó. Sim. Isso mesmo. Os ovinhos em pó.

As embalagens do bicho já são o suficiente pra uns 20 posts de qualquer blog. A nossa, por exemplo, exibia atrás a cruel frase: "now you will never feel lonely again." Depois explicava, em letras menores, que quando você mostrasse pros seus coleguinhas que você tem Sea Monkeys e sabe vários fatos divertidos sobre eles, eles todos te achariam legal e viriam conversar com você. Provavelmente pra não serem processados depois que a criança percebesse que os Sea Monkeys não chegam a ser uma companhia muito interessante. Também dão a impressão de que os bichos são bem mais fofinhos e interessantes do que na realidade, mostrando eles meio humanóides num desenho tipo cartoon. Na verdade, são uns crustáceos pré-históricos usados como comida de peixe em lojas de animais. O aquário parece um Aquaplay (botei a foto de um embaixo, mas o nosso é azul). Ainda tem o bônus, ele vem com um chaveirinho-aquário, onde vc pode botar um dos bichinhos e levar com você, que nem um tamagotchi. Ah, e tudo são marcas registradas: SEA MONKEYS®. INSTANT PETS® (JURO, Instant Pets).

Eu confesso que fiquei meio surtada e com mega nojo do bicho – um ovo de crustáceo que vem em pó e se desenvolve na água, dentro da MINHA CASA?? Fiquei de frescura e proibi o menino de abrir o pacote na cozinha, e de entrar com eles na cozinha, e de mencionar a existência deles na cozinha. E eu tava meio tendo visões apocalípticas deles caindo em uma pocinha de água, desenvolvendo uma mutação louca, emergindo de lá, me matando enquanto eu durmo e destruindo Tóquio.

Então! Depois de purificar a água durante 24 horas, foi o momento da verdade: fomos todos para a sala (eu, George e meu amigo Leo, que tava hospedado aqui). Apontamos uma lâmpada para o aquário-aquaplay, abrimos o pacotinho dos ovos e jogamos dentro da água... e... TCHAN TCHARAAAAAN!!!, foi a coisa mais anticlímax do mundo. Não aconteceu absolutamente nada. As instruções, segundo o George, davam a entender que era tipo uma sopa instantânea, era só botar que eles sairiam nadando e fazendo malabarismos.
Já se passaram 4 dias, e nada dos bichos nascerem.
A essa altura, já decidimos que se ou quando eles nascerem, vamos comprar um peixinho dourado e dar os Kikos Marinhos de comida pra eles.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eeeeeê!!!

O Bruno tirou 10 na monografia!!!!
Meus amigos são os mais inteligentes DO MUNDO, eu devo ser mesmo muito foda.
hahahahaha

Sério, SENSACIONAL!!!! Parabéns!!! Tô muito orgulhosa!!!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

My nipples explode with delight!

Aaaaaaah!!!!
Entreguei o projeto ontem, entreguei tudo, foda-se, entreguei, tá entregue, não quero nem saber!!!!
Depois da noite virada e muitos e muitos dias dormindo pouquíssimo e ignorando qualquer possibilidade de vida social, ontem de manhã entreguei o trabalho, voltei pra casa, dormi 3 horas, acordei e fiquei mongol o resto do dia.

E hoje parto na tradicional viagem pós-entrega com a CJ.
Da primeira vez fomos a Dublin, da segunda, Lisboa. Agora, pra terceira e última, Budapeste.
Queria ter lido o livro do Chico há menos tempo, a única coisa que eu lembro é que húngaro é a língua que nem o diabo fala. Ou é a língua que ele fala? Putz, nem isso eu lembro hahahaha. Mas enfim... na Irlanda e em Portugal só tivemos problemas de comunicação por causa dos sotaques esquisitos desses lugares. Mas Hungria é outro papo. Em homenagem aos potenciais problemas de comunicação que vamos encontrar por lá, vai esse sensacional vídeo. O que importa são os primeiros 2 minutos, mas botei a versão de 5 porque tava legendada em português, porque eu sou muito, muito legal. E lá vou eu arrumar mala!

domingo, 16 de novembro de 2008

Time Bomb

A Luisinha de 16 anos que mora dentro de mim está tão empolgada hoje!!! Pena que ela está aprisionada no corpo de uma velha que tá com dor no pé.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Telefone sem fio

Minha amiga americana (A CJ, o blog dela tá nos meus links) pediu pra eu passar meu blog pra ela. "Mas é escrito em português!", eu disse. Ela disse que tudo bem, queria ver mesmo assim.

Eis o link que ela me passa. Tô passando mal de rir.
http://babelfish.yahoo.com/translate_url?doit=done&tt=url&intl=1&fr=bf-home&trurl=http%3A%2F%2Fwww.luisabaeta.blogspot.com&lp=pt_en&btnTrUrl=Translate

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Other selves

Às vezes eu leio blogs de outras pessoas e são coisas que eu poderia ter escrito. Essa semana foi a Johanna, lá na Alemanha, que vê o outono junto comigo (mesmo eu escrevendo sobre luvas hehehe). Ela enxerga metáforas também, mas escreve isso mais sutil que eu! hehehe. Já a Maíra tá vendo Londres from the inside.

É legal ler minhas palavras escritas por outros. Ajuda algumas coisas a fazerem sentido.

domingo, 12 de outubro de 2008

slap bass

um dia desses eu conheci um russo doido que toca baixo acústico e dirige um rickshaw. A gente quer fazer uma banda com um cantor irlandês, e ele me deu carona de rickshaw de graça, e eu me controlei pra não gritar "marche!" que nem o pica-pau. Ele mora num squat, e foi criado na Letônia, sabe essas pessoas? Gente boníssima.

Eu tenho uma banda agora, aliás. É uma banda cover, mas to felizona mesmo assim. Specials, Selecter e The Beat, vejam só. Eu, Tom, Herman, Winston e o trombonista novo chamado Nick. Ou Kevin. Sei lá.

sábado, 4 de outubro de 2008

Feliz aniversário

Eu fiquei vendo fotos da Tita no orkut e fiquei com uma saudaaaade!..

terça-feira, 30 de setembro de 2008

futilidades do outono

Então. Não me julguem. Acontece que a principal coisa que me salva da depressão no outono, quando os dias vão ficando curtos e a vida vai ficando escura e tudo vai ficando frio, são as roupinhas bonitinhas de outono. No inverno as roupas são feias, porque a gente usa mil camadas, tudo que importa é se proteger do frio, então só o que me salva da depressão é saber que o solstício de inverno já passou e a partir do início da estação os dias já vão ficando mais compridos a cada dia. Minha Pollyana interior não tá com nada, se o melhor que eu consigo no inverno é "a cada dia que passa falta um dia a menos pro inverno acabar"... Deprê.

Hoje tava frio mesmo, resolvi tomar a porcaria do café do lado de fora e vi que não dá mais. Senti falta das minhas polainas – juro! – e meu cachecol psicológico não deu conta do recado, mesmo o casaco sendo bem quente. Mas eu tava com meu chapeuzinho, e meu cachecol psicológico é uma graça (o cara do starbucks da esquina me disse que ele tem um igual. Isso só é relevante pra mim, mas tudo bem hehehe), e eu comprei dois pares de luvas novas outro dia (uma é estilo mendigão marinheiro e a outra é estilo aviadora dos anos 40, as duas são demais!). Eu fico meio que adiando o prazer de usar minhas coisas novas, pra poder ter algo de legal mais pra frente, quando o frio estiver mais bizarrão. As luvas de mendigo-marinheiro resolvi que não ia usar até começar o outono oficialmente (porque o final do verão foi uma bosta). Depois resolvi que não ia usar até outubro, e eu teria falhado miseravelmente e usado hoje, no dia 30 de setembro, se não fosse um pequeno contratempo quando descobri que o par veio com duas mãos direitas (calma, podem respirar aliviados, eu consegui trocar na loja e tudo vai ficar bem no final). As de aviadora dos anos 40, só vou usar quando acabar o horário de verão, acho que é no final de outubro.

Hoje eu fui na Marks and Spencer e comprei trinta mil meias calças, porque eu vou ser corajosa e sair de saia por aí, aproveitando que não devo poder usar muito all-star nos próximos meses (aí vou usar sapatos que ficam bons com as saias). Sim, porque hoje choveu também. E as folhas já estão caindo, e o chão fica escorregadio com as folhas molhadas...

Nessa época do ano dá vontade de comer muito doce, também.

E nem estou vendo árvores amarelas... Acho que tenho que reler meu post das coisas boas do outono que escrevi no ano passado, pra lembrar o que era bom, afinal.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

North Star

É irônico que num trabalho sobre um navegador eu esteja tão à deriva.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Humboldt

"Curiosity might be pictured as being made up of chains of small questions extending outwards, sometimes over huge distances, from a central hub composed of a few blunt, large questions. In childhood we ask: 'Why is there good and evil?' 'How does nature work?' 'Why am I me?'. If circumstances and temperament allow, we then build on these questions during adulthood, encompassing more and more of the world until, at some point, we may reach the elusive stage where we are bored by nothing. The blunt large questions become connected to smaller, apparently esoteric ones. We end up wondering about flies on the sides of mountains or about a particular fresco on the wall of a sixteenth-century palace. We start to care about the foreign policy of a long-dead Iberian monarch or about the role of peat in the Thirty Years War."
[The Art of Travel, por Alain de Botton]

Achei isso muito maneiro. Um dia eu chego lá.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

God Save the Queen

Na crônica da Time Out dessa semana tem o seguinte trecho:

Londoners have never, in the style of Parisians, turned on their aristocrats. There have been no guillotines in Mayfair. But then London's aristocrats have always been careful to make themselves amusing – a devastatingly clever trick in a country that places a sense of humour above almost all other attributes.

Achei bem sacado. Ele nem tá falando do núcleo da família real especificamente, e sim dos aristocratas em geral (já que o resto da crônica trata de uma exposição de fotos que tá tendo sobre o glamour dos "debutantes" aristocratas nos anos 50). Mas acho que esse texto se aplica muito à família real também. E explica essa obsessão com a realeza já que, além de senso de humor, esse país adora tradição.

Os ingleses adooooram a família real. Não no sentido antigo, daqueles cavaleiros e cavalheiros com adoração ao monarca, patriotismo, etc. Eles adoram fofoca sobre a família real (eles adoram fofoca sobre qualquer celebridade, mas a família real em especial ocupa um lugar todo especial nos corações de quem lê tablóides). Os punks adoravam falar mal da rainha. Hoje as pessoas adoram implicar com a esposa do Príncipe Charles. Todo mundo adora quando aquele filho ruivinho dele toma um porre e faz alguma merda pouco digna da família real, como passar a mão no peito de alguma prima de terceiro grau.

Mas a gente vê muita evidência que a maioria dos ingleses também adora a família real no sentido antigo. Adorar mesmo, sem ironia. Tem gente que compra memorabilia da família real. Naquele livro dos diários do Adrian Mole (acho que chama "diário secreto de um adolescente" – não é do hipocondríaco!! É um anterior e bem mais engraçado) ele descreve a grande comoção que foi o casamento do Charles com a Diana, todo mundo assistindo na tv e chorando. Dá pra ver que ficam comovidos com os principezinhos indo pra guerra do Iraque. Leva-se muito a sério a condecoração da rainha, quando alguém vira Sir. Os produtos que possuem selo de aprovação da rainha orgulhosamente apresentam esse selo na embalagem. A Harrod's, embora tenha sido vendida pra um árabe milionário, continua sendo ponto turístico e sendo super prestigiada porque é "o lugar onde a rainha faz compras". E, é claro, o rosto de HRH Queen Elizabeth aparece em todas as notas, todas as moedas, todos os selos.

A minha relação pessoal com a família real, embora limitada, é positiva. No geral eu ponho a realeza na minha categoria mental de "ah, esses ingleses e suas tradicões pitorescas!", junto com as histórias dos corvos da Torre de Londres, as casas de chá e outras coisas do tipo. Quando eu morei aqui quando tinha 6 anos, eu adorava ver os produtos com selo de aprovação da rainha ou da rainha-mãe ("Rainha-Mãe"! The Queen Mother! Adoro esse nome). O da rainha-mãe era bonito, tinha dois leões, um de cada lado do brasão. Mas eu gostava mesmo era do da rainha, mesmo, que tinha um leão e um unicórnio (o leão olhava pra você, e o unicórnio olhava pro brasão). Minha mãe às vezes comprava uma geléia que tinha os dois selos, que apareciam estampados na parte de trás do rótulo, e eu ficava comparando os dois enquanto tomava café da manhã, que nem jogo dos sete erros.

Eu passei a implicar um pouco com a rainha depois de grande, porque eu tenho pena do Príncipe Charles. Ele não tem mais o que fazer, tadinho, além de ficar a cada dia mais velho e orelhudo e meio ridículo. Ele tem os projetos de caridade dele, não sei o que do meio ambiente, mas pô, ele é o príncipe, o próximo na linha de sucessão do trono, o que ele vai fazer? Faculdade? Arrumar um emprego? Curso de cerâmica? Porra. Tadinho. Eu achava que ela devia abrir mão do trono, virar rainha-mãe e ele virar rei. Mas depois que eu vi aquele filme "rainha" (que é sensacional, por sinal), eu passei a gostar mais dela. Ela consertou carros na segunda guerra, isso é bem maneiro. E ela usa aqueles chapeuzinhos! Eu gosto quando eu vejo alguma velhinha inglesa na rua vestida tipo a rainha, toda combinandinho. Fuefo.
E é claro que uma das coisas que eu mais gosto da rainha hoje é ver ela envelhecendo nas moedas. É meio maldoso, hehehe, mas eu acho divertido eles irem atualizando as moedas e a gente ver o papo da rainha crescendo.

Enfim... Minha alma punk não passou muito da marca dos meus 16 anos (e mesmo antes nunca foi tão punk assim), então confesso que acho a coisa toda da família real bem fuefa.

Pra fechar, o perfil da rainha em duas moedas, 1987 e 2002.
Ah, esses ingleses e suas tradições pitorescas!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Chinatown

Ontem eu saí de casa depois de escrever aquele post e fui no metrô pensando nas pequenas coisas idiotas que me fazem me sentir parte integrante da cidade. Isso vai ser um outro post, com calma, um dia. Mas uma das coisas que eu fui pensando é como ia ser legal quando eu começasse a encontrar pessoas conhecidas de Londres por acaso na rua, que nem no Rio às vezes acontece. Londres é enorme, né? E eu conheço beeeem menos gente aqui. Será que um dia rola?
Enfim. Tava saindo da Jubilee em Green Park quando ouço alguém chamar meu nome. Olho pro lado vindo pela direção oposta estava a Ellen, uma taiwanesa gente boa da minha sala. Eu fiquei tão feliz! Ela tava de bobeira, então acabou vindo comigo encontrar a CJ e a gente foi ver Wall-E (não deu tempo da exposição do sueco, mas po! Finalmente vi Wall-E! Eeeeeê!!).
Foi muito maneiro encontrar alguém por acaso no metrô. Fiquei feliz o resto do dia.

Depois do filme, resolvemos ir jantar, e aproveitamos que o cinema era do lado de Chinatown, e que tínhamos uma local conosco, então fomos jantar lá. A Ellen levou a gente num restaurante taiwanês que abriu por lá, o primeiro especializado em comida taiwanesa no Reino Unido, e ela nunca tinha ido mas tinha ouvido falar que era bom. Foi maneiro, ela ia perguntando direções em mandarim pras pessoas na rua, pediu tudo pra gente (melhor dumpling que eu comi na vida, e tipo um omelete de ostra bonzão também), o restaurante era todo bonitinho, comemos muito e deu menos de 10 libras por pessoa, eu amo Chinatown. A garçonete, como sempre que eu vou a Chinatown, super grosseira.

A Ellen pediu desculpas pela falta de educação da garçonete, e explicou pra gente que em Chinatown os restaurantes todos pertencem a gansteres da máfia chinesa!! Ela disse que nenhum estudante chinês consegue emprego lá, que eles sempre colocam pessoas protegidas ou da família, e por isso que todo mundo é mal-educado: eles têm proteção da máfia. Caraca!!! A máfia chinesa é mesmo dona de Chinatown!!! Eu achava que isso era uma lenda urbana inventada por ingleses xenofóbicos ou que assistem muito filme do Tarantino!!!
Claro que eu já tinha notado que os garçons são sempre mal-educados, mas eu achava que era uma coisa cultural, que o conceito de "o cliente tem sempre razão" era uma coisa ocidental. A Ellen garantiu que não: em Taiwan o cliente também tem sempre razão, e na China, onde o pessoal é mesmo mais tosco, nas grandes cidades o serviço também é bom. E que nunca é tão ruim quanto nesses restaurantes de Chinatown.
A CJ achava que eram mal-educados porque ela é americana e todo mundo odeia os americanos hahahaha.

Enfim. Depois fomos tomar milkshake numa diner tipo americana retrô que tem no Soho, a CJ nunca tinha ido e se amarrou. Passamos também por um tipo boteco italiano que tem lá, e só tinham homens lindos dentro, então fomos embora da porta pra evitar frustração desnecessária.

Enfim. Já que faei de Chinatown, vai um videozinho do Hot Club of Cowtown, que vai tocar em Londres na quinta, num show onde provavelmente vou acabar indo sozinha. Ah, mas o Bernardo vem aí, por duas semanas só vou a show acompanhada!! Eba eba eba!

domingo, 31 de agosto de 2008

O give me land, lots of land under starry skies above

Meu pai ficou 9 dias aqui comigo. Foi embora anteontem. Semana que vem meu flatmate novo se muda pra cá, aí no dia 5 eu vou encontrar minha mãe na Dinamarca (uhu!), e quando eu voltar, meu grande amigo Bernardo (que escreve o sobremusica, tá ali nos links eu acho) já estará aqui pra passar duas semanas aqui em casa. Foi ótimo passar esses dias com o meu pai, e eu estou feliz do flatmate novo estar vindo (meio apreensiva de morar com um cara quase totalmente desconhecido pela primeira vez, mas acho que vai ser legal), e tô animadassa do Bernardo vir, é meu primeiro amigo do Brasil que vem ficar aqui. Vamos a shows, e ele vai ganhar a Guinness prometida. Tudo ótimo.

Mas...
Minha avó morava sozinha no Espírito Santo, e no verão todos os filhos e netos iam passar as férias lá na casa dela. Ela dizia que tinha duas alegrias: quando o primeiro chegava e quando o último ia embora.
Eu adoro ficar sozinha em casa. Adoooooro. O que eu mais queria ontem era curtir meu apartamento, aproveitar esses últimos momentos de privacidade, cantando no banho, andando de roupão pela casa, tocando clarinete sem me preocupar com quem está ouvindo, cozinhando só pra mim com calma, deixando a cozinha bagunçada se eu estivesse sem saco de arrumar, chorando loucamente assistindo Gray's Anatomy ou rindo alto assistindo The IT Crowd.

Pois bem. Depois de duas semanas de céu nublado, ontem fez solzinho. Eis o dilema.
A vontade louca de sair e aproveitar o sol, que sabe-se lá quando daria as caras novamente por essas bandas.
A vontade louca de ficar em casa e não fazer absolutamente nada, depois de vários dias andando por mil lugares com meu pai.
Ai, meu Deus. E agora. Que fazer. Ó, que dilema.

Já diz o ditado, né: o sol tá indo embora e a gente tá na sombra.
Saí de casa. Passeei em Covent Garden e no South Bank com a Debora, amiga minha brasileira da minha sala. Foi ótimo.
Hoje, em vez de curtir meu apartamento, vou curtir uma exposição de um sueco aleatório e finalmente assistir Wall-E com outra amiga.

Se todos os dilemas da vida fossem assim, tudo seria mais fácil. Mas, pensando bem, talvez muitos sejam (e nem por isso é mais fácil). Acho que eu to enxergando metáforas de novo... hahahaha

terça-feira, 19 de agosto de 2008

anniversary

Hoje faz um ano que eu me mudei pra Londres! :)

Pra comemorar, fiz uma porrada de coisas: depositei um cheque, fui rejeitada pra uma conta de banco decente outra vez, comprei uma passagem de trem pra minha mãe ir a Paris, uma bateria nova pra minha câmera, umas pastas pra organizar papel e, feito isso, encontrei uns amigos pra ver um filme em Leicester Square (Prince Caspian), e depois tomamos uma cerveja num pub de uma mesma cadeia onde a gente foi em Dublin (eu não teria lembrado se a CJ não tivesse falado. mas ela tem razão. E a cerveja é ótima). Veio um inglês bebaço falar coisas sem sentido pra gente, hehehehe, divertido, eu tava com saudade.

Amanhã devo ir à Ikea, aiaiai, me dá cansaço só de pensar. Mas vou experimentar a de Wembley em vez da de Croydon, ver se melhora a situação.

Há um tempão atrás me passaram uma comunidade no orkut sobre as Palavras Terapêuticas. Sério, comunidades do orkut são o que há de melhor no humor brasileiro hoje em dia!! "Jacobinos Gatinhos", "Eu não adoro nem odeio atum", fala sério, isso é genial!! Mas isso é também outro post. Palavras Terapeuticas, então: "são aquelas que, quando ditas em bom som, causam uma sensação de paz interior, mesmo que por frações de segundo, no indivíduo que as profere."

As minhas preferidas da lista oferecida são Amálgama, Balaústre e Foca.

Em homenagem ao meu aniversário de um ano em Londres, vou postar aqui uma pequena lista de palavras terapêuticas pra mim extraídas do metrô de Londres. São tantas! Algumas delas só têm efeito terapêutico se ditas na voz da mulher do metrô (aqueles que ela fala e dá vontade de repetir igualzinho), e outras eu nunca nem ouvi a mulher do metrô pronunciar (porque nunca fui praquelas bandas), e outras não tem nenhum motivo, mas enfim, vale a intenção. Lá vai:

• Goodge Street
• Jubilee Line
• Bakerloo Line
• Willesden Green
• Piccadilly
• Hammersmith
• Pimlico
• Tooting Bec
• Paddington
• Chorleywood
• Ruislip Manor
• Tottenham Court Road
(só porque o Bruno chamava de "Rua Totalmente Curta" quando era pequeno)
• Chalk Farm
• Cockfosters
• Angel
• Blackfriars
• Wembley Park
• Putney Bridge
• Poplar
• Totteridge and Whetstone
• Chancery Lane
• Whitechapel
• Wapping
• Perivale
• Clapham Junction


Quando eu lembrar de mais, vou adicionando à lista.
Elephant and Castle antigamente era, mas agora que eu estudo lá e vi que lugar feio que é, perdeu o glamour...

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Ah, e um PS: li no jornal tosco hoje que esse mês está sendo chamado de "Awful August", e promete ser o agosto mais molhado dos últimos 92 anos... Pqp.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

como assim?!

Eu consegui perder a bateria da minha câmera digital.

Sim, isso mesmo.
Fui carregar a câmera agora, e a bateria não está dentro do trequinho.
Bati meu próprio recorde.
Como é que pode. Puta que pariu.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

still I wander, yes I wander, and I'll never go back home

Cheguei em casa agora há pouco. O tempo tá horrível, tudo cinzento e um vento frio absurdo. Escrotão, o inverno no Brasil tava super agradável, temperatura ótima e dias lindos, e aqui o verão tá essa bosta... Mas como o tempo aqui é meio doido, qualquer hora dessas melhora.

Apesar de tudo, é bom chegar em Londres. Ontem tive um mini-surto na hora de sair de casa... Dá um aperto no coração ir embora... Me deu a sensação de que vai ser assim pra sempre, pro resto da vida, eu nunca vou estar inteira em lugar nenhum. Esse pensamento me deixou meio apavorada. E claro que sempre que eu chego aqui eu me sinto completamente sozinha.
A casa tá na mesma bagunça que eu deixei, mas eu adoro meu apartamento. Minha florzinha highlander morreu dessa vez... Um mês e meio sozinha sem ser regada no verão foi demais até pra ela, tadinha. Amanhã vou ver se passo no Borough Market e compro plantinhas novas. E um pé de alecrim novo também, aproveitando o ensejo, já que eu sou serial killer de alecrim e manjericão. Fui ao supermercado, já que aqui não tinha nada pra comer. Estou abrindo a correspondência. Vão"tomar providências legais" contra mim porque eu não paguei minha TV license até o dia 22 de julho. Porra, eu nem tenho TV... Vou ter que ligar pra lá e dizer isso. Amanhã, no horário comercial.
Ah, agora há pouco vi pela janela da sala um esquilo na árvore ali fora.
No jornal tosco que vim lendo no metrô tinha uma grande matéria sobre terroristas que roubam gnomos de jardim. E sobre águas-vivas-assassinas-tropicais invadindo a costa inglesa.

Hoje faz um ano que eu terminei meu namoro.

Muito obrigada a todas as pessoas que tornaram essa temporada no Brasil tão legal!! Daqui a pouquinho tô aí de novo. Dessa vez é pouco tempo longe, dezembro é daqui a 4 meses.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

2 scodelle di zucchero

Anteontem fui à casa da minha tia, irmã do meu pai, e ela me deu de presente algumas relíquias familiares. Uma boneca que foi da minha avó quando pequena. Uma fronha do enxoval de bebê do meu pai, onde minha avó bordou coelhinhos azuis. E o meu preferido: um caderno de receitas que foi da minha bisavó, e depois da minha avó. Tá todo caindo aos pedaços, a gente vai mandar restaurar, mas acho que dá pra dizer que esse caderno é a coisa mais preciosa que eu tenho hoje.

Minha avó Talita morreu quando eu tinha 6 anos. Era dezembro e eu estava morando em Londres. Apesar de eu ser bem novinha na época, eu me lembro muito bem dela, e de vez em quando eu morro de saudade. Na verdade não é nem tanto a saudade a partir das lembranças que eu tenho, mas dá muita saudade das coisas que eu deixei de viver porque ela morreu tão cedo. Ela era dessas donas de casa que se tivesse nascido hoje em dia certamente seria uma pessoa de muito sucesso em seja qual fosse a carreira que ela escolhesse seguir (penso em hotelaria ou design de moda, mas acho que ela seria boa em qualquer coisa). Ela cozinhava maravilhosamente bem, e costurava incrivelmente também (além de vestidos de festa incríveis pra mim, roupas de festa caipira ou fantasias de bichinho que ela inventava, ela fazia roupas pras minhas Barbies que matavam minhas amigas de inveja – lembro especialmente do vestido rodado azul com rendinhas pra minha Barbie, e da camisa florida de botão, com bolsinho e tudo, pro Ken).
Eu sempre fico pensando em como eu gostaria de ter crescido com a minha avó por perto. Eu teria adorado aprender a cozinhar com ela, eu teria adorado ir à Itália com ela, levar ela a Bologna e ao tal vilarejo de onde a avó dela veio, de navio, grávida da mãe dela. Segundo meu pai, as três cozinhavam cantando ópera (e vovó Talita cantava muito bem. É o que ele diz. Eu não ouvi, ou não me lembro). Eu teria adorado cantar com ela, e aprender italiano só pra conversar com ela, já que ela foi criada falando italiano em casa antes do meu bisavô ficar desempregado e eles se mudarem pra Minas. Um dia, em Londres (tem poucos meses, isso), vi numa feira de antiguidades um dedal de porcelana pintado com flores, e do nada fiquei com os olhos cheios d'água porque não podia levar de presente pra ela. Meio nada a ver, já que ela morreu há quase 20 anos. Mas eu tenho muita saudade da avó que eu não tive.

Eu nunca me interessei muito por aprender a cozinhar. Minha mãe cozinha super bem, mas cozinha pouco. As poucas vezes em que ela tentava me ensinar alguma tarefa doméstica, meu pai desencavava seu lado neandertal e dizia: "ah, que ótimo! Já tá mais do que na hora. Mulher tem mesmo que aprender a cozinhar. É importante, pra você poder fazer comida pro seu marido um dia". Aí eu e minha mãe tínhamos surtos feministas, eu saía da cozinha e não aprendia nada. Engraçado. Meus dois irmãos, homens, cozinham super bem, mas eu não cozinho quase nada. Mas é claro que eles não são filhos do meu pai.
Agora que eu moro sozinha to tendo que aprender a cozinhar na marra, e to descobrindo que não é tão ruim. Quer dizer, é um saco chegar da faculdade cansada e ter que fazer jantar, mas é legal comer algo que eu cozinhei. Pra quem sabe cozinhar, eu não cozinho NADA, mas pros meus padrões, to bem orgulhosa. Faço vários macarrões ótimos, e um dia me deu vontade de fazer carneiro, e eu comprei as costeletas e misturei com os ingredientes que me deu vontade e taquei na frigideira e fiz tudo no chute, e ficou bonzão, foi uma grande vitória. Vou me virando.
Meu pai vai passar 10 dias comigo em Londres agora em agosto, antes do meu novo flatmate ir morar comigo (mas isso é todo um post a parte). Eu resolvi comprar um presente de dia dos pais pra ele lá em vez de comprar aqui (lá eu já sei até o que eu vou comprar, acho que ele vai adorar, e aqui eu ia acabar dando alguma besteira só pra dizer que dei alguma coisa). Há uns 3 dias tive um ataque de carinho e resolvi fazer o tal carneiro pro meu pai no almoço de dia dos pais. Saí com a minha mãe no sábado, fomos ao açougue, compramos ingredientes, e de lá fui pra casa da minha tia, e ganhei o caderno de receitas. Foi uma surpresa.

As receitas tem o nome de quem passou, e a data em que foram anotadas. Tem uma em italiano, de um doce chamado Favetta, escrita com a caligrafia linda da minha bisavó Libera em 1936, receita passada pela minha tataravó Norma (a "vovó Nonna"). Tem uma receita de licor de leite do meu tataravô Bianco de 1922 (o maluco fascista – mas isso também é outro post). Tem receitas de doces de Campos, escritas na letra da minha avó (bom bocado, por exemplo), que suponho que tenham sido anotadas depois dela conhecer meu avô, e tem recortes de revista com receitas de mousses e coisas assim. Não tem a famosa alcachofra recheada da qual meu pai sempre fala, infelizmente, mas tem muitos bolos, doces e biscoitos, tem pizza e risoto, empadão e vatapá, pães e rocamboles, sopas e massas, tanta coisa. Não é tão gostoso quanto aprender a cozinhar com ela, mas pelo menos eu posso ter um pouquinho do sabor da minha avó me ensinando a cozinhar alguma coisa.

Resolvi até comprar um caderno e escrever minha modesta receita de cordeiro, pra um dia meus netos herdarem o meu caderno, e o da minha bisavó junto.

sábado, 9 de agosto de 2008

Tita

Amiga muito querida, tô tão orgulhosa!!!!
Você merece todos os louros da vitória!!! (e agora vamos sair e bebemorar)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

anacrônica II

Já (não) dizia o ditado: a vida imita o blog.
To sorrindo sozinha!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

anacrônica

Estamos em 1943, e as tropas acabam de sair de Stalingrado.
A moça continua fingindo que está prestando atenção na leitura, mas não consegue parar de pensar no anel. Depois de meses dançando de par constante em todos os bailes, ao ponto das mãos automaticamente começarem a suar quando soavam as primeiras notas de "Moonlight Cocktail", finalmente, finalmente o rapaz deu a ela um anel de compromisso. Ela olha para a própria mão, roda com o polegar o anel em torno do dedo. Parece um sonho. Impossível se concentrar na leitura. A moça prende um sorriso. Será que a professora a viu corar?

domingo, 20 de julho de 2008

trilha sonora

Uma vez eu vi uma palestra no animamundi sobre trilha sonora de animação, e aprendi que no cinema existem dois tipos de trilha sonora. Eu tinha esquecido o nome, mas tava há um tempão querendo lembrar, sem conseguir achar a resposta no Google, e perguntei pra minha amiga turca que estuda comigo em Londres e já estudou Film Theory nos Estados Unidos (tô com saudade dela, ela quase foi morar comigo, aliás). Ela não lembrava, mas uma semana depois me manda uma mensagem no facebook: "i was making eggs just now and it came to me! the answer to your question is diegetic and non diegetic sound. never would've thought someone would actually ask me this..."

Pois então. De vez em quando penso nisso por vários motivos (da última vez foi fazendo o design do miolo de um livro, não vem ao caso explicar, mas minha mãe entendeu). Seja como for, diegetic sound (seja lá como isso for em português) é o som que os personagens do filme estão ouvindo, como por exemplo, o barulho do trânsito ao fundo, uma música que toca no rádio do carro na cena, o som da banda que está tocando na festa onde eles estão, os diálogos, e por aí vai. Non-diegetic sound é o som que os personagens não ouvem, como a musica tensa na cena de suspense, a voz em off do narrador, etc.

Uma vez eu estava andando em Shoreditch com a Jul, perdida procurando Brick Lane (a gente se localiza um pouco melhor por lá agora), e era domingo, tudo estava fechado e deserto, um dia meio nublado, e a gente passava por umas ruas pequenas cercadas de casas de tijolinhos, e virando por uma rua, de repente tocava uma música vinda sabe-se lá de onde (suponho que viesse de alguma janela aberta de algum lugar). Eu nem lembro o que era, era uma musica meio antiguinha, acho que instrumental, mas era tão apropriado, sabe? O nosso figurino, o cenário, a trilha sonora, tudo encaixava. Eu estava num filme cult. Aquela musica vinda sabe-se lá de onde, poderia ter vindo da minha cabeça, poderia estar em off, poderia ser diegetic ou non-diegetic, mas eu estava em cinemascope, technicolor meio sépia, eu sentia a câmera mostrar o vazio daquela rua de longe enquanto a gente andava ajeitando os cachecóis, o close na gente, o fora de foco, eu virei a esquina e eu sabia que o filme continuava, eu vi o cara mais lindo do mundo na porta de um brechó e não tive coragem de falar com ele, e eu sabia que isso não tinha importância nenhuma na trama, era só construção de personagem, porque o filme era cult e cheio dessas coisas.

Ontem eu entrei no taxi de madrugada pra voltar pra casa. Dei um suspiro. O motorista ligou o rádio e começou "You had a bad day". E de repente foi a trilha sonora, mas de, tipo, uma comedinha romântica bem xinfrim, vinda na rebarba do sucesso do Diário de Bridget Jones. O taxi parou num sinal (ali naquele lugar em frente ao hospital onde eu nasci, onde tem sempre uns argentinos comendo fogo) e na esquina, no chão da calçada, tinha uma taça de vinho vazia. Estranho.

É. Estranho.

sábado, 19 de julho de 2008

exercitando confiança

E quando eu penso que tudo está perdido, vêm para o resgate as 3 mulheres lindas do quarteto onde eu sempre faço parte.
Night de glamour com as meninas, salvadoras da pátria, seguido de pós-night de glamour zero com a galera do palhaço. Hoje, uma leve sensação de nojinho e uma ressaca monumental contam a história. E, é claro, a fé restaurada na amizade. Um brinde (de champagne rosé, é claro) à amizade entre mulheres!

E obrigada aos dois amigos, também, que nos últimos dois dias me fizeram conceder pelo menos o benefício da dúvida às amizades entre homens e mulheres (eu ando meio desacreditada nisso de uns tempos pra cá).

quinta-feira, 17 de julho de 2008

a pior professora do mundo

Primeira cena de Kung Fu Panda. Me bate aquele ímpeto de compartilhar sabedoria. Eu falo pra sobrinha: "repara só, essa animação é 2D, porque o panda tá sonhando, mas você vai ver quando ele acordar que o resto do filme é 3D". Viro para a frente, com a sensação de dever comprido. A sobrinha pergunta: "Mas 3D não é aquele que a gente usa aqueles óculos?".
Eu dou uma hesitada.
"É, é também, mas é outro tipo de 3D. Eu te explico isso melhor quando acabar o filme."

Acaba o filme. Vamos a um café (ela não gosta de sorvete do MacDonald's, vê se pode). Eu pego um bloquinho e uma caneta. Desenho um quadrado, e começo a falar das dimensões de x e y, e como isso é 2d, e é achatado, porém se a gente desenha essas hastezinhas aqui e aqui e aqui e aqui, vira um cubo, assim, ó, o que dá uma ilusão de tridimensionalidade, porque é o outro eixo que... tá. Vamulá. As coisas no mundo existem no espaço, certo?

Sobrinha olha e pisca.

Eu aponto pro cardápio: "tá vendo a foto desse café? ela é impressa no papel. Ela é uma representação do café em duas dimensões. 2d. Entendeu? E o café que eu to segurando na vida real é 3d. Entendeu? Então. Agora esquece isso porque na animação é tipo isso mas é diferente, porque a projeção do filme da animação 3d também é 2d, na tela. Mas eu queria é que vc entendesse o conceito. Tá?"

Sobrinha olha pro desenho do cubo, olha pra mim, olha pro desenho do cubo de novo, suspira.

Eu pergunto se ela sabe como se faz um desenho animado. Ela é muito eloquente e ilustrativa, e pega duas folhas do bloquinho, desenha uma bola em cada uma, com uma pequena diferença de posição, e me explica, em outras palavras, todo a teoria da persistência retiniana. Eu dou um sorriso orgulhoso. Viu? Não vai ser difícil. Ela vai entender.
"Então. Na animação 2d, é isso mesmo, uma série de desenhos bidimensionais postos em sequência, desenhados frame a frame. Já na animação 3D, um objeto tridimensional é modelado e renderizado em um programa de computador, como se ele fosse tridimensional lá dentro, mas vc tem que imaginar que ele é porque na verdade na tela ele também é projetado em duas dimensões, claro... Porque tipo, naquele dos óculos, eles podem até fazer um desenho 2D virar um filme 3D com alguma ilusão de ótica que dá a sensação de volume, como se o filme na tela fosse um sólido, como se ele saltasse da tela, no espaço, por isso 3D, entendeu? Mas eu não to falando disso. No Kung Fu Panda, o panda foi modelado num programa de computador em 3D. Como no Nemo e no Monstros S.A."

"Como se desenha esse cubo?", interrompe a sobrinha.

Ok. Minha tentativa de explicar 2D e 3D foi a pior do mundo. Três vivas pra minha sobrinha que acompanhou o quanto pôde (e aprendeu a desenhar cubo direitinho). Aposto que vai ser a única criança de 7 anos da sala dela a desenhar cubos flutuantes.
Mas eu sou, mesmo, a pior professora do mundo...

sábado, 12 de julho de 2008

As Luisinhas

Moram dentro de mim várias pequenas Luisas. Elas nasceram das profundezas dos meus passados (alguns mais remotos que outros) e vivem adormecidas, em estado de sono profundo. De vez em quando uma delas acorda e vem à tona.

A Luisinha de 16 anos, por exemplo, é um clássico. Volta e meia ela aparece. E por mim tá ótimo, porque eu gosto dela. Já a de 8 e a de 13, quando aparecem, são mais problemáticas. Eu tenho que ficar tentando conter. A de 13, sobretudo, eu não gosto nada. Certamente são duas Luisinhas contraprodutivas. A de 6 é fofa, apesar de mais rara, mas de vez em quando ela dá as caras lá em Londres. A de 18 costumava aparecer com alguma frequência, mas ficou hibernando um bom tempo, e eu andava com saudade dela... Mas na verdade ela foi inoportuna, voltou a tona agora e é culpada por algumas atitudes equivocadas que andei tomando.

To achando que a de 24 vai ser uma dessas que aparece. Não sei se eu vou gostar dela ou não. Falta distanciamento histórico ainda.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

primeiro parabéns do dia

"Happy Birthday, Luisa!
From all of us on The Facebook Team, have a great day!"

Que triste!!

Me lembrei do meu aniversário de 18 anos, onde meu primeiro presente foi uma salsicha velha toda enrugadinha. (ô, mente suja, pessoas! que coisa...)

Na verdade eu não dormi ainda, então meu aniversário é só amanhã, quando eu acordar. E vai durar até eu voltar pra Londres, porque ser paparicada é muito mais legal do que não ser.
Mas de preferência por alguém além do "Facebook Team"...

terça-feira, 8 de julho de 2008

sanhaço

Tava voltando pra casa agora há pouco, olhei pela janela do carro e vi um passarinho verde. É, todo bonitinho, na grama de algum canteiro na lagoa. Ele tinha a ponta da asa preta, a cabeça meio alaranjada, mas era um passarinho verde. O carro tava parado num sinal e eu fiquei olhando ele pulando e ciscando.

Sabe a época em que eu enxergava metáforas? Então. Acho que passou. Eu olhei o passarinho verde, procurei, procurei, e não encontrei metáfora nenhuma.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

calcinhas por todo canto

a gente fica puta com as paradas e ai a gebnte bebe um monye de asakê e um momnyte de vodka mas tudo tem gosto de lroagmbngo cadê a feijoada? eu esqueci. que sono!!!!
ta bom beintchau

quarta-feira, 2 de julho de 2008

caldinho de feijão

Cheguei!!!
Tomei caldinho de feijão e comi bananinha frita e dormi como se não houvesse amanhã. Mas teve, as 6 da matina, acordei sem despertador e to trabalhando nos freelas atrasados.

Passei uma semaninha em Portugal tomando sangria e queimando o joelho na beira da piscina. Agora estou de volta à casa materna, hoje a noite tem um jogo de futebol historico que eu vou ignorar sumariamente, e quem não liga pra futebol pode ir me encontrar pra tomar micheladas, me liguem.
E pra quem liga pra futebol, vocês sabem quem vocês são!, podem compensar saindo comigo todos os outros dias do mundo até eu ir embora!! Eu deixo.

E quem tiver super sugestões incríveis pro meu aniversario me avise também.
E quem quiser aproveitar a Luisa Turista e me chamar pra ir pra praia, também deixo!
To muito benevolente hoje. Deve ser o fuso horário.

sábado, 21 de junho de 2008

estranhando

Da outra vez eu tive uma leve Depressão Pós-Brasil. Agora tá rolando uma Depressão Pré-Brasil também, que estranho, essa é nova. Tive recentemente algumas decepções leves com pessoas que eu gosto muito – acho que por isso não são tão leves assim. E to com umas tristezas dos outros que eu to pegando emprestado sei lá por quê (será que eu ignorei a minha própria por muito tempo, e agora ela se manifesta em canções, programas de tv e blogs alheios?).

Daqui a pouco vou encontrar uma amiga muito querida que não vejo há muitos anos. Ela estava comigo quando eu terminei com meu ex-ex, e na verdade a gente conviveu pouco, mas intensamente, e ela acompanhou um período de transição muito importante na minha vida. Só estive com ela duas vezes, na verdade. Em 2001, por uns 2 ou 3 meses, e em 2004, por um dia só – no dia seguinte o avô dela morreu e ela sumiu no mundo, eu só fui saber o porquê meses depois. Nem sei como vai ser encontrar com ela dessa vez. A gente conviveu tão pouco mas eu gosto tão monumentalmente dela.

Ontem dois amigos dormiram aqui em casa, no meu quarto vazio, porque eles se trancaram fora de casa sem querer. "Amigo" é uma palavra que a gente acaba usando pra muita coisa, e nem sempre tem o mesmo significado... Mas independente do grau, é estranho estar construindo amizades novas por aqui, trocando confidências, começando a conhecer os defeitos uns dos outros e até gostar deles. Estranho saber que ano que vem várias dessas amizades vão embora. Estranho que dessa vez quem vai embora não sou eu. Não estou acostumada. Será que criar raizes é isso? É ver os outros irem embora enquanto você fica? A única vez que eu me lembro disso acontecer foi quando a Julia se mudou pra São Paulo, e não foi nada legal.

Hoje eu limpei minha cozinha toda.
Mas meu banheiro ainda está cheio de mofo, minha sala tá uma zona, e meu quarto vai sempre estar bagunçado.

sábado, 14 de junho de 2008

botando o ovo em pé!!

Woohoooooo!!!!
Eu sou muito foda!!!
Depois de 3 dias tentando, eu e minha fiel escudeira caixa de ferramentas, consegui girar a valvula da água, sozinha e independente, e agora eu tenho água de novo, tralalalalá!!!



Quem precisa de um bombeiro???
Uhu!!! Agua agua agua agua agua
Podem me chamar de Luisa "Força Sobre-Humana" Baeta!! Pam Pam Paaaaam!!!
To tão feliz!! :D

quinta-feira, 12 de junho de 2008

inferno astral... open season.

1.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(Fernando Pessoa)

2.
I told you a little secret that you should not tell no one
And you talk...you talk, you talk
I said
You Chatty Chatty
(Toots and the Maytals)

3.
It's time to take a bath
I say, no, not today, its only tuesday
Once every 24 hours
I'm supposed to take a shower
That's not the way I do it
(NOFX)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

pela curiosidade de ver onde o sol se esconde

Eu tenho uma visão romântica das coisas, e eu gosto disso. Não no sentido tradicional, tipo "vai aparecer um homem lindo montado num cavalo alazão (porque cavalo branco é meio bã), e nós vamos galopar pelo entardecer em direção ao pôr-do-sol e nos casar e ter vários filhinhos e viver felizes para sempre". Não que eu não queira ter filhinhos um dia, mas isso é outra história. Meu romantismo não é tão por aí. Ele se mostra mais em outras coisas, misturado com um otimismo persistente, algo de utopia, e mais ingenuidade do que eu gostaria de admitir.

No momento, são os grandes exploradores. Tá na hora de fazer a proposta do projeto final do curso, e eu cismei que queria fazer um projeto comparando o desejo de viajar e explorar com o impulso criativo (inclusive dizendo que uma pessoa que tenha esses impulsos não precisa manifestar ele sobre as duas formas, tem gente que não quer viajar geograficamente mas consegue extravasar esses desejos sob a forma de ingenuidade ou arte). Eu pesquisei, coletei imagens, textos, músicas e poemas, de Fernando Pessoa a Jack Kerouac ao meu pai quando era jovem (não to falando do jovem ator de pornochanchada, e sim do cara que montava num cavalo que levava a Teerã, ou ia pegando carona até o Uruguai pra dormir num celeiro onde uma cabra teve filhotes, ou seja lá qual outra história bizarra ele às vezes deixa escapar). Coletei imagens de caravelas de azulejo azul, pássaros migratórios, ciganos. Meus amigos já começavam a rir toda vez que eu falava no assunto, acho que na verdade só minha mãe entendeu realmente o que eu queria dizer.

E minha idéia foi vetada.

O professor disse que era amplo demais, E romântico demais. Que viagem na verdade não é assim. Ele sugeriu que eu talvez pegasse algo nessa área que simbolizasse essa idéia maior e fizesse isso, de maneira mais contida. Talvez um projeto de design de informação onde eu mapeasse o trajeto e as milhas percorridas dos meus colegas de classe, que tal? Eu fiquei muito frustrada, mas agora realmente tenho que me conter, porque preciso apresentar a proposta reformulada daqui a poucas horas (ú tererê, tem que estar pronto daqui a 3 horas pra eu ir pra faculdade e imprimir! merda).
Acho que vou fazer algo sobre 3 exploradores. Marco Polo, Vasco da Gama e Amir Klink.
Não estou mais "apaixonada" pela idéia, mas ainda é perfeitamente interessante.
É nessas que o romantismo vai sendo sugado das pessoas. Mas na verdade eu não acho que é puramente uma questão de idade – eu confesso que sou beeem menos cínica hoje do que aos 16 anos, e isso foi melhorando à medida em que fui conhecendo pessoas fantásticas e vivendo coisas extraordinárias que foram me mostrando que o mundo é um lugar muito foda, sim. No geral, de repente, cada um acaba vendo a vida que quer ver. Nesse sentido, gosto do meu romantismo e não quero perdê-lo. Sinto isso com tanta intensidade que até usei pronome oblíquo... (é esse o nome, mesmo?).


Já que estou falando em projeto final, um beijo pra Ti que tá fazendo o TFG dela, e também porque eu acho que ela foi outra que talvez tenha se tornado mais romântica dos 16 anos pra cá. A gente tá fazendo o caminho inverso! Bom, isso, né? Que continue assim. Pra gente virar velhinhas felizes no futuro. Velha amargurada é meio chato, e tem mais rugas.


E já que estou falando em viagens e grandes navegações, dia 24 de junho vou a Portugal de novo, passo uma semaninha na praia em Caiscais, a comeire morcelas e pastéis de Belém e a bebeire vinho verde, e depois, dia 1 de julho, faço o trajeto de Cabral e volto pra terras tupiniquins.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

navegar é preciso

Cheia das viagens...
Estou em Lisboa, vim encontrar minha mae que veio pra ca a trabalho.
Estou comendo muito bem, vendo muitos azulejos bonitos e me divertindo com o uso da lingua lusitana local. Se eu adoro um portunhol embriagado, e na Italia fiquei mestra do portuliano, aqui estou me divertindo com o meu portuleiro (ainda em desenvolvimento). É bastancte gozado, estes portugueses boctam a lectra "c" em tudo quancto é lugar!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

domingo no parque

Mais clima de amor!
Ontem a gente fez um piquenique em Regent's Park. Não estava sol como a previsão do tempo vinha dizendo alguns dias antes, mas pelo menos não choveu (e na véspera eu bem fiquei com medo, sábado tava um tempo horrível).
O piquenique foi muito foda!! A comida tava deliciosa. As pessoas realmente cozinharam! tinha especialidades regas e mexicanas, salgadinhos/docinhos japoneses esquisitos, paçoquinha, bolo de cenoura, PUDIM DE LEITE (melhor do mundo!!! A Monica, mexicana, que fez, só que no méxico se chama flan. Eu devo ter comido metade do pudim sozinha...), tinha guacamole feito em casa (pela turca, só pra confundir), e croissant, e pãezinhos indianos recheados, e tal. E cerveja gelada (Guinness e Stella e Carlsberg). E vinho branco e coca cola, mas eu fiquei na cerveja. E a gente jogou frisbeeball, e foi o melhor jogo do mundo. E dessa vez o fato de ter muita mulher foi ótimo, porque aí eu pude participar do jogo numa boa, porque elas também eram meio toscas que nem eu. Várias pessoas foram atingidas no rosto com o frisbee/tampa do tupperware. Mas todos sobreviveram. Teve uns esquilos doidos, uns patos que a gente importunou (tadinhos), uma bola presa na árvore, meus dois chinelos presos na árvore, uma lata de desodorante presa na árvore, uma garota grega presa na árvore (tudo isso tentando fazer a bola cair, e o maldito esquilo não colaborou).
E no final eu e mais três ainda fomos terminar a noite ouvindo ska e rockzinho no Elephant's Head em Camden.

Meu domingo foi perfeito.



Na foto, Luis tenta balançar o galho da árvore pra bola cair. Taka, no cantinho inferior direito, observa (ele subiu depois e conseguiu a façanha, e os dois conseguiram devolver também meus chinelos e o desodorante).

quinta-feira, 15 de maio de 2008

In Dublin

Cara, eu amo Dublin. E eu amo a Irlanda e eu amo os irlandeses. E eu amo Guinness. E eu amo o sotaque irlandês. E eu amo aquelas musiquinhas deles, e aqueles leprechauns (sabia que se pronuncia "leprekauns" e não "lepreshauns"?), e aquelas cervejas, e aquele sotaque mais maneiro do mundo. Foi muito legal. A gente bebeu muito, dormiu pouco, e por incrivel que pareça, não tivemos ressaca. Água é uma maravilha mesmo. Bora preservar o patrimônio do planeta e essa parada toda. Mas então. Irlanda, mó legal. Quero voltar!

E eu acabei de assistir "In Brugges", meio por acaso, porque era o filme que tava começando. E cara. Eu amo "In Brugges". E é com o Colin Farrell, que é bom ator, e gato, e tem sotaque irlandês. Tudo de bom. Mas então, In Brugges é muito foda. Tem umas duas coisas totalmente "isso nunca aconteceria" no filme, mas abtraindo delas, o filme é muito foda. Amei, amei. E eu já fui a Brugges. É linda, parece um conto de fadas. Eu amo Brugges.

Que clima de amor que eu tô... O que um bom filme não faz com as pessoas!


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Top 10 pequenos fatos que eu amo a respeito de Dublin:

1. Os habitantes da cidade vão sentir falta do cheiro de cevada da fábrica da Guinness (que vai mudar de lugar!! Pra outra cidade da Irlanda!!! Mas não inteiramente, ainda vai ficar parte da fábrica lá. A gente foi pra fábrica no dia que anunciaram isso. Triste). Tipo, o que eu acho maneiro não é a fábrica mudar de lugar, e sim o cheiro de cevada e malte e lúpulo estar associado à personalidade da cidade. E o cheiro é bonzão. Eu já disse que eu amo malte? Eu amo malte.

2. O sotaque irlandês.

3. As placas de trânsito são escritas em inglês e gaélico. E gaélico parece tão misterioso e legal!

4. Todo mundo é simpático e sorridente. Homens, mulheres, velhinhos.

5. A catedral de St Patrick's (linda, por sinal) é patrocinada pelo Bailey's. Fala sério. Isso é a parada mais legal do mundo. Como disse minha amiga inglesa, a Emily, "Only the bloody Irish can pull this off!!"

6. Nove pubs em um dia. Seis no outro. mais dois no terceiro. Acho que de todos esses, só um eu não gostei muito, e isso só porque tinha vários telões passando futebol, porque o espaço do pub era mó legal, parecia uma casa georgiana antiga.

7. O sotaque irlandês.

8. Vaaaaárias cervejas boas. Pra nem falar da Guinness, me amarrei numa ale chamada Smithwicks. Aliás, irlandeses falando "smithwicks" é a coisa mais legal que existe. Não dá pra entender nada.

9. A cidade é super verde e bonita. E a arquitetura é bonitinha, as portas georgianas coloridas, bonitinho. E todas as lojas de souvenir vendem leprechauns de pelúcia.

10. O sotaque irlandês, claro.

terça-feira, 6 de maio de 2008

aaaaaaaaaaaaahhhhhh!!!!!!! :D

summertime and the living's easy...

Agora é beber cerveja num jardinzinho de pub, amanhã ir morgar num parque, quinta ir pra Irlanda, e a vida é muito bela!

domingo, 4 de maio de 2008

bibliografia

To na reta final dos trabalhos, e com uma capacidade impressionante de me concentrar, porque agora é basicamente só a parte chata. Textinhos explicativos, revisão, bibliografia, preparar pra imprimir, imprimir, organizar, etc. Cacete, ainda é muito trabalho!! Mas enfim. Tava aqui resmungando sobre bibliografia e a Julia disse a coisa mais certa do mundo sobre bibliografia. Foi mais ou menos isso:

Quando eu tava na sexta série e me explicaram o que era bibliografia, eu pensei "puta merda, que troço chato." E o pior é que eu sabia que a partir daquele momento eu ia ter que lidar com esse troço chato pro resto da minha vida, não ia ter jeito. Foi muito parecido com a sentimento da primeira vez que eu fiquei menstruada.

Demais!! Definiu tudo. A Julia é uma gênia.

sábado, 3 de maio de 2008

skatalaites

Acabei de voltar do show. Foi excelente, claro, mas não se comparou com os dois que eu vi no Brasil. O setlist foi mais curto, NAO ROLOU GUNS OF NAVARONE, e alias, nem Latin Goes Ska, nem varias outras... pelo menos teve Phoenix City, quetalvez seja minha preferida.
E as pessoas demoraram a se empolgar, tambem. Achei que o fato de ser numa casa de shows pequena seria mais legal, mas na verdade, sei la, acho que tinha umas pessoas meio desempolgadas, ou querendo assistir o show como se fosse um show de jazz. O que de certa forma é, e o show foi no Jazz Café, mas eu fiquei puta quando na segunda musica uma mulher pediu pra eu dançar menos (e antes que reclamem dos ingleses, ela falava espanhol). E eu nem estava esbarrando nela!!! Eu detesto esbarrar nas pessoas enquanto eu danço. Eu tava empolgada, mas ocupando só meu espaço normal. Enfim. Claro que foi sensacional mesmo assim, é só que o outro tinha sido tão absurdo que nem dá pra comparar (e eu tava em companhia de amigos queridos, o que é sempre um bonus também).

Amanhã, sim, aí sim. Aí vai ser o dia de terminar meus projetos e imprimir tudinho. É isso aí. Eu tenho fé, vai dar tudo certo.

beijo, boa noite!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

buzz

Prgunta puramente hipotética: quando vc sabe a nacionalidade de todo mundo que trabalha no seu Starbucks local, eles sabem a bebida que vc toma, quando a sua flatmate vai no starbucks pouco depois de você os funcionários dizem "ah, a sua amiga estava aqui agora há pouco!", e vc sabe o que eles pensam em fazer na vida no futuro, é sinal de que vc tá tomando café demais? Acho que não, porque eu não sei o nome de ninguém e ninguém sabe o meu. Hipoteticamente!!!

Aaaaah. Terminei o panfleto do mamilo tosco da amiguinha do Rod Stewart (esse não era o tema do panfleto, mas é o que vai ficar na memória).
Agora volto pros trabalhos do curso, mesmo, freneticamente, pra ver se dá pra adiantar isso o suficiente pra eu poder ir no show (holográfico?) do Skatalites hoje em Camden. Agora que eu terminei a merda do panfleto, e que tenho meu café quentinho gostoso, e que busquei a primeira leva das fotos de tipografia na Itália (que ficaram uma bosta! maldito formato errado), estou mais tranquila e mais feliz. Quero ir lá dançar uns skas.
Poooporo po pooo poropopo pooo poropopo pooo poropopo poooooooo... po po po po poooooooo...

A Thai nao responde minhas mensagens. Só porque eu sumi por vaaarias semanas? Que injusto.

mamilos

Ah!
E hoje eu apaguei meu primeiro mamilo no Photoshop. Oh, que momento emocionante na carreira de um designer.
Por mim eu tinha deixado, que tava engraçadão, mas o patrão pediu pra tirar...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

tua canção

Às vezes o shuffle toca umas musicas tão bonitinhas que eu choro. O que é engraçado, porque eu não chorei quando eu perdi pelo segundo dia seguido o trabalho de algumas horas tratando as fotos que eu tenho que imprimir, e quando a mulher disse depois que meu trabalho foi a toa.

Eu to virando essas pessoas de 13 anos que querem ser amigas da galerinha legal. Mas eu sou a galerinha legal de outras pessoas, eu acho. E eu não sei como a galerinha que eu acho legal me vê. Mas eu me acho legal, mesmo eu sendo meio carente de vez em quando. Mas to me controlando.
E eu tenho amigos que me dão soluções tipo "desenhando o Pato Donald" que na verdade só fazem eu me sentir mal e não me ajudam em porra nenhuma. "O seu problema é que vc é muito não sei o quê... Você tem que ser mais não sei o que lá!". Ok. O problema é que a minha personalidade está equivocada e eu tenho que mudar características minhas que eu desenvolvo há quase um quarto de século. Perfeito, meu amor, que bom conselho, agora sim estou me sentindo benzão. Tem razão. Puf! Mudei. E eu nem tava falando de nada disso, tava falando de alguma besteira qualquer... De repente eu tenho que aprender com o exemplo alheio, aprender a ficar quieta e lidar com meus problemas sozinha e ter uma úlcera e tal. Mas confesso que eu já tô beeeem melhor nisso. Sim, eu reclamo de algumas coisas, mas é tipo um décimo das coisas que me deixam triste. E eu só tô com dor nas costas, e não úlcera, mas acho que é de ficar no computador. Mas quando minha vida virou de cabeça pra baixo e eu deixei pra trás quase tudo o que era importante pra mim, não pensei que os amigos fossem parte desse pacote. De repente alguns são. Sei lá. São amigos de tomar um porre quando a gente se encontrar, mas não amigos que vão me dar carinho (a não ser na hora que os convém) – e isso são categorias muito diferentes de amizade, e eu categorizar errado acaba sendo frustrante pra todo mundo. Vai ver que eu to sendo injusta – e na verdade nem é um drama tão grande assim, é só que sei lá, isso se repete e acaba cansando. Em compensação, outros amigos, pode passar um furacão, uma enchente e uma temporada de seca e eles continuam lá. Pros porres e pra todo resto. São poucos, mas são a melhor coisa do mundo.

Será que na galerinha legal que eu quero ficar amiga teria potencialmente alguém dessa última categoria?

Acho que eu to postando isso no blog errado.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

fotos

botei umas fotos da viagem à Itália no meu álbum do facebook, quem quiser ver dá uma olhada:
http://www.facebook.com/album.php?aid=37879&l=53f55&id=735524273

terça-feira, 29 de abril de 2008

dangerous strategy

São quase 3 da manhã e essa porra desse trabalho NÃO ACABA. Cacete. to quase caindo de sono, dormi umas 2 horas e meia ontem, e pelo visto hoje vai ser menos ainda.
Amanhã pelo menos é uma coisa a menos, dá pra riscar da lista.
E como disse o Luis (português gente boa da minha sala), terça que vem as 11 da manhã já pretendo estar bêbada...

Vou pra Irlanda quinta que vem, 3 dias em Dublin, eba eba eba! Eu tenho que ficar repetindo isso pra mim mesma, pra lembrar que vai passar, vai dar tudo certo, e vai ter Guinness e Leprechauns me esperando. Bem, pelo menos Guinness. De repente eu levo o meu chapéu de trevo que eu misteriosamente ganhei no St Patricks Day. Aí se eu encontrar algum Leprechaun eu ponho ele dentro do chapéu. E depois trago ele pra casa e ponho ele numa casinha de Sylvanian Families, com moveizinhos vitorianos, e sirvo Guinness pra ele num dedal. Ele vai se amarrar. Quando as coisas sumirem na minha casa, vou poder culpar ele e não a minha própria bagunça, e quando chover e fizer sol que nem semana passada, se tiver um arco-iris ele vai me levar pro final do arco-iris e me dar um pote de ouro, e a gente vai comprar mais Guinness e moveizinhos dos Sylvanians com o dinheiro. E eu vou carregar ele prum lado e pro outro no bolso, ou agarrado no meu chaveiro de pinguim. E ele ai ser ruivo e falar com sotaque e eu nao vou entender nada. Vai ser muito legal.

Caralho, que sono...
Vamos lá. Documentação do processo de trabalho. Que que eu fiz depois de vetorizar os glifos mesmo? Ah, é. Tá, tchau.

sábado, 26 de abril de 2008

chorando em casamentos 2

Hoje foi um dia lindo, lindo, lindo. Meu irmão casou e eu chorei e chorei que nem um bezerro desmamado.
Perdi o do André e da Fabi, mas pelo menos tava aqui pro casamento do Pedro... Foi DEMAIS. Dia ensolarado, meu irmão feliz, árvore florida chovendo pétalas rosas no jardim, pessoas próximas que querem ver meu irmão feliz, e queijo da Serra da Estrela.

Estou MUITO feliz!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

interlúdio histórico

Nada a ver com cotidiano nem trabalho nenhum:
a Julia tava falando que em 1500 a área onde a gente morava nem aparecia no mapa, só porque ficava do outro lado do rio (isso pq a gente tá MUITO central, dá pra ir andando tranquilamente até o Big Ben, é uma caminhadinha de meia hora ou 40 minutos mas dá trank). Era do lado, mas como era do outro lado do rio, era outra cidade. Mas na verdade parece que foi aqui que os romanos fundaram Londres – London Bridge é a ponte mais antiga de Londres (não essa ponte especificamente, mas a ponte nesse lugar, porque na verdade ela ja foi reconstruida alguma vezes). Eu gosto dessas paradas históricas... é legal morar na Europa, porque a história documentada vai até bem mais longe do que a nossa, e isso é valorizado.

Mas enfim. Essa história da cidade do outro lado do rio me fez lembrar que em Basel, na Suiça, rola uma rivalidade entre Gross Basel e Klein Basel (Baselzão e Baselzinho). Gross Basel é a área mais rica da cidade, fica de um lado do rio Reno, que era a Basel "original", pelo que eu entendi. Klein Basel é a basel "tosca", que fica do outro lado do rio. Só que Basel é bem pequena (acho que é a terceira maior cidade da Suiça, ou seja, tão pequenininha e fofinha e tchutchutchu pros nossos padrões).
Mas então. Mesmo depois que rolou uma ponte ligando os dois lados do rio, e mesmo depois de ser considerado uma cidade só, ainda rolava uma estátua na ponte, do lado de Gross Basel, apontado pra Klein Basel, fazendo uma mega careta. Sim. Tinha uma estátua fazendo careta na ponte da cidade. Dizendo "blebleblé" pra Basel Tosca.
Isso ficou por lá alguns séculos, e agora a estátua tá na prefeitura da cidade (em Gross Basel, claro).

Fiquei feliz de ter lembrado disso... Meu tempo em Basel foi bem, bem, bem foda. E morar na Europa é muito legal.

Fim do interlúdio histórico. Volto agora pro meu trabalho normal.

terça-feira, 22 de abril de 2008

acredita, vai!

Eu reclamo das mulheres, mas cada vez mais gosto das minhas amigas daqui...

Hoje teve tutorial.
Ainda tem muito trabalho pra fazer, e eu não sei mesmo como vou resolver certas coisas, mas pelo menos hoje deu uma sensação de que é possível conseguir. Ai eu cheguei em casa e tentei trabalhar e fiquei quase uma hora com a tela do indesign aberta, olhando pra tela, sem conseguir fazer nada. Aí mudeu de approach e fiquei prostrada na frente da tv vendo friends e comendo Ben & Jerry's. Primeira vez desde que voltei da Itália que eu me permito ficar sem fazer nada sem sentimento de culpa. (bem só um pouquinho de pensamento de culpa, mas enfim, amanhã o dia vai ser produtivo, tenho fé, terei café, tenho amigas que vêm pra cá, tá bombando).

Vi a exposição de fotos do Rodchenko, bem legal.

Se eu *realmente acreditar*, a impressora daqui de casa vai funcionar?

sábado, 19 de abril de 2008

Eu nunca tinha tido problema em dizer as paradas que me incomodam pras pessoas que são importantes pra mim, eu nunca tive problema em falar nem em verbalizar nada, então essa nova sensação é meio estranha e eu nao sei o que fazer com ela então to fingindo que ta tudo 100%, o que é algo que eu realmente não to acostumada e não sei como lidar direito. Mas se os outros fazem, por que eu não posso fazer? Também, eu prometi a mim mesma que não ia a nenhuma ocasião social "para diversão" até o dia da entrega dos trabalhos do curso, no começo de maio, com exceção do show do Skatalites, do aniversário da Cissa, e de uma ou duas exposições. Aí hoje eu quebrei a promessa, mas é que o período de lua de mel com Letterpress acabou. Tipo, princípos da tipografia visíveis no seu aspecto físico e aquela textura linda e blablabla, mas o técnico tava todo atrapalhado e nao deu nenhuma atenção pra gente, e derrubou minha maldita frase em corpo 10 (tão pqeuenininho!!!!!! trabalho da porra setar aquela merda!!!), e todo mundo imprimiu pelo menos uma camada, fora as pessoas que imprimiram tudo, menos a gente. Mas a gente vai fazer em papel Kraft, e a gente ficou menos carente da ajudinha dele, então sei la. Mas foi meio frustrante, e a cerveja caiu muitíssimo bem.

Eu MUITO quero ir pra Dublin. A CJ Bêbada é mega milvezes mais legal que a CJ Sóbria (que é perfeitamentre agradável, mas sei lá, a CJ Bêbada Joselita é bem mais maneira). (CJ é a americana da minha sala).

Quero tocar clarinete agora, mas ta tarde e eu vou acordar os vizinhos... aiaiai...

Sabia que em Londres só tem mulher?
Porque eu achava o seguinte: como eu só conheço mulher, e as mulheres que eu conheço só conhecem outras mulheres, achei que Londres era tipo clube da Luluzinha e clube do Bolinha. Mas nao. Eu sou "amiga" de 2 homens em Londres. e um me disse hoje que nao queria viajar com a gente pq ele nao queria ser o unico cara, e como ele soh conhece mulher nessa porra dessa cidade. Entao cheguei a conclusao, por amostragem, que em Londres, pra cada 23 mulheres tem um homem. Que merda!

Mulher é um bicho meio chato. Sei la. Eu adoro minhas amigas mulheres aqui, mas estar rodeada de mulheres todo o tempo é um saco. Um dos muitos motivos pelos quais o Coquetel Acapulco me dava mil vezes mais satisfação que o Lady Murphy (ou seja la qual nome tosco aquela banda tenha tido depois). E aqui só tem mulher!!! To precisando muito de uns amigos homens. Que sejam primariamente meus amigos, e nao, sei la, outra coisa de alguém. Pra tomar cerveja e dar um abraço e falar besteira.

To com soluço.

Do que que eu tava falando?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

empacada

Todo esse trabalho pra fazer. To aqui sentada na frente do computador. o nariz escorrendo (sim, to gripada de novo, que saquinho). O tempo passando. E não consigo me concentrar. To trabalhando devagar e mal. Que merda, duvido que o professor seja compreensivo com isso na segunda... Nem eu to sendo compreensiva com isso!! Porra.

domingo, 6 de abril de 2008

cidades

Cidades de mentirinha, cidades de verdade, cidades onde eu queria morar, e outras onde nao... Verona parece um cenario. Genova tem cheiro de coco (desculpe, mas tem sim).

Mamae falou que nevou em Londres, amanheceu tudo branquinho. E eu aqui de camiseta, comendo pesto e sentindo cheiro de merda.

A vida eh meio estranha.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

de boêmia

Meu avô falava isso, quando a família ia sair sem destino, sem horário, pra passear e ver o que acontece. Então, acho que amanhã vamos pra Veneza, parando em Verona no caminho. Se tudo der certo.

Bologna é legal, não deu tempo pra fazer muita coisa entre a feira de livros, a lavanderia e a internet, mas foi maneiro. Itália é muito foda. Morava aqui fácil, fácil. Bem, em Roma, eu acho, pq gosto de cidades maiores, mas to falando do país em geral. Lingua bonita, povo bonito, prédios bonitos, arte bonita, comida bonita e gostosa. Nunca canso.
Quando eu voltar pra Londres na quarta que vem eu bem ia precisar de umas férias pra dormir dias e dias e descansar dessas férias, mas na verdade vou ter que correr que nem uma alucinada com os trabalhos atrasados do curso. Alucinada mesmo, 100%. Que merda...

Agora to morrendo de sono, aproveitando um miniminho de internet do hotel, mas vou dormir, e amanhã fazer mala cedinho e vamos tomar café e ir pra estação.
A gente tá naquela fase da viagem, depois de duas semanas nesse ritmo, em que estamos completamente mongóis (tipo "cadeira" é tão engraçado que espirra-se capuccinno pelo nariz), e com piadas internas que já estão virando uma língua própria. Portuliano di Môngoli. Ou algo assim. Fora os palavrões. Meu italiano tava éclairzando, eu tava mandando benzão, aí minha mãe me levou num jantar com uns editores espanhois, aí fudeu tudo, agora tô misturando todas as liguas do mundo, falando "thank you" em vez de scuzi e "oui" em vez de si e "hablar" em vez de parlare e não acerto mais nenhuma lingua nunca. Putas que pariram.

Hoje aumentei um buraco do cinto.
merda.
Aaaah, Itália.

segunda-feira, 24 de março de 2008

neve e outras coisas que caem do céu

To em Roma! :D

Andei meio em êxtase desde ontem de manhã, porque começou a nevar um pouquinho enquanto eu me arrumava pra ir pro aeroporto, aí eu arrumei tudo a jato mega ultra rápido e desci e fiquei na rua que nem uma pateta vendo os floquinhos cairem. Lindo! Nao chegava a fixar no chão e deixar nada branco, só um pouquinho no meu casaco, mas tudo bem. No metrô a caminho do aeroporto, quando começa a ficar acima da terra, tava tudo branquinho e eu achei tudo lindo. Eu fiquei tirando foto, e as duas mulheres faladoras de alemão do meu lado me julgaram muito, mas eu não tava nem aí. Era pouca neve e eu acho que derreteu antes da gente chegar no aeroporto mesmo... Soh que la a alegria acabou, pq nosso voo tinha sido cancelado "por causa da neve". Uma quantidade ridicula, nao acredito que cancelaram!! Mas no final tudo deu muito super certo, pq a gente foi remarcado pro voo seguinte pra Roma, 2 horas depois, que era onde o Willie, nosso amigo, tava indo, pq nao tinha conseguido lugar no nosso. Fomos juntos e ainda ganhamos voucher pra comer de graça no aeroporto de Londres. E quando chegamos em Roma, nosso hotel era o mais maneiro do mundo no bairro mais lindo do mundo e eu fiquei a mais feliz do mundo.

Ai hoje de manhã acordei de bem com a vida. Sai pra varandinha do quarto (o quarto tem uma varandinha!), pra olhar a vista linda da pracinha em frente (tem uma vista linda pra uma pracinha em frente!!), e eu tava sorrindo e achando tudo maravilhoso. Aí um pássaro cagou na minha cabeça.

Cazzo.

Não, mas sério, eu moraria faaaaaácil em Roma durante algum tempo. Nao pra sempre, eu acho, pq acho que eu acabo preferindo cidades maiores, mas durante um tempo (um ano, talvez?), sem dúvida. Que cidade maneira!!!
Mas a partir de agora só ando de boina.

terça-feira, 18 de março de 2008

feliz dia seguinte ao dia de St Patrick's. You see, I use the term so loosely these days...

"Ringo's Theme Ska" é "This Boy" instrumental. Claro que e já sabia mas fazia tempo que eu não escutava. Meu shuffle é ninja até no instrumental, cara! Outro dia foi "Old Days" instrumental, fiquei chorando que nem uma pateta. Aí depois piorou. Mas ok, porque tudo passa. Agora tá tocando "girls just wanna have fun" e eu to detectando o tonzinho de ironia.
Sério. Parece que eu comi um sapato. E a história da tipografia nunca me pareceu menos interessante do que nesse momento. Mas ir pra aula vai ser bom, apesar de tudo, fazer coisas, fazer coisas, pensar em coisas úteis, a Itália, os pictogramas da Itália, os glifos da itália, o tipógrafo bailarino cantor de ópera que não gosta de gente atrasada. É cada uma, sinceramente!
Eu ganhei um chapéu em algum momento ou é impressão minha?

Ô vida.
A partir de domingo tudo vai ser maneiro (não "mais maneiro", mas maneiro mesmo, sem consolo da comparação). Vai sim, eu tenho fé. Vou até na Capela Sistina, ter fé olhando pro teto.

blergh blergh blergh gosto de sapato velho!

happy st patrick's day

To passandp meio mal.

e alem disso, eu nao to me sentind bem.

domingo, 16 de março de 2008

sono

Eu odeio quando eu to cansadassa e vou dormir razoavelmente cedo e to lá dormindo um sono mó bom, que eu tava mó precisando, e a minha cama tá toda gostosa, e de repente eu tenho um sonho estranho que me faz acordar cheia das auto-análises, e eu continuo com sono mas não consigo dormir porque eu to pensando em todas essas paradas e em tudo o que eu queria falar pra tantas pessoas (e o que isso diz sobre mim, afinal). E aí quando eu vejo são 7 da manhã. E aí tipo as 8 eu durmo de novo e agora que não te jeito e eu tenho que acordar pra fazer as porras dos trabalhos todos eu to com sono. E o starbucks é laaaaaaaá longe... Ô saco.

sábado, 15 de março de 2008

O homem estátua (lembram?)

Há um tempão atrás eu escrevi aqui sobre o homem estátua que eu vi carregando um guarda chuva na beira do rio (chequei, foi dia 8 de outubro). Eu tava arrumando uns arquivos antigos no computador e vi que eu, afinal, tirei foto dele e tinha esquecido! Pena que foi com a minha câmera tosca... Mas pra quem lembra e ficou curioso, tá aí. Pena que as fotos estão meio ruins, e que ele nao estava no parque verdinho que nem da primeira vez que eu vi. Mas pelo menos tem uns pombos, e tem ele levantando o dedo pra galera, dá pra ter uma idéia.



terça-feira, 11 de março de 2008

rapidinhas

- Surgiu a hipótese de que o sapo da porta da academia fosse um príncipe transformado. Ufa! Desviei a tempo! Aqui na Inglaterra ainda rolam uns príncipes perdidos... Quando eu era pqeuena eu queria ser princesa porque me falaram que o Hyde Park era o jardim real, e pertencia à princesa. Eu achava aquilo o máximo, porque num jardim daquele tamanho eu ia poder ter vaaaários cachorros (minha mãe falava que eu não podia ter cachorro porque a gente morava em apartamento, a gente só poderia ter um cachorro se morasse em uma casa com jardim). Resolvi casar com um príncipe. Meu irmão me convenceu a mudar de idéia com o argumento de que ser princesa devia ser horrível porque a coroa deve ser híper pesada e desconfortável de usar. E deve, mesmo. Eu já devo ter escrito sobre isso aqui, não?

- Eu descobri que eu não odeio ficar fazendo o design de gráficos e tabelas, e isso foi uma surpresa pra mim.

- O português da minha sala sabe imitar sotaque de brasileiro. E ainda pergunta: "quer carioca ou nordestino?"

- Aparentemente o Matt Damon é mega no youtube chinês.

- "L" é uma letra com um ângulo chato. E uma caixa baixa mais chata ainda.

- Esfriou tudo de novo. As florezinhas brancas vão morrer, tadinhas.

- Meus astros não colaboram com nada de legal!! Em compensação, eles disseram que várias pessoas vão me achar uma gênia essa semana.

- Eu to super, híper, ultra, mega orgulhosa da Jul.

- Dividir muffins fortalece amizades.

- As janelas lá do alto da sala dos computadores estão quebradas e não fecham!! Tava um frio da porra na aula hoje.

- Eu quero uma bota de chuva vermelha igualzinha à que eu vi vendendo, só que com o cano um pouco mais curto. Por que é tão difícil achar??

- Os garçons do Wagamama insinuam que todo mundo é gordo, pelo visto. Não é só comigo.

- Eu sinceramente não entendo o que está acontecendo com a minha franja.

- Hoje me deu vontade de comer tofu com amendoim. Mas eu resisti bravamente. Eu sabia que era um ímpeto de fome sem nenhuma relação com o que eu gosto de comer de verdade.

- Eu gosto de quem gosta de queijo. É bom ser compreendida nessa paixão. Meu pai queria banquinhos de queijo gigante, o Willie escolheu vários queijos horríveis no Borough Market, o Wallace (do Wallace and Gromit) construiu um foguete só pra conseguir queijo num feriado... Em breve, estarei comendo parmesão como se não houvesse amanhã. E alcachofras. E sorvete. E flor de abobrinha frita! E massas, e pizzas, e depois eu reclamo dos garçons do Wagamama, tadinhos, eles estão sendo perfeitamente razoáveis.

- To com fome, então vou comer em vez de continuar postando sobre comida. Ou então vou passar aspirador na casa. Um dos dois. Sério. To indo. Mesmo. Já vou. Daqui a 5 minutos. É isso aí. Força, Luisa.

- To com saudade da Tita!

- Acabei de ver na internet um vídeo de um bebê panda espirrando.

- Tá, tá, to indo aspirar a casa e/ou comer alguma coisa.

domingo, 9 de março de 2008

enxergando sapos

Há umas duas semanas eu vi uma raposinha na minha rua. Um raposinho, na verdade, porque ele levantou a perna quando fez xixi no jardim do vizinho.

Hoje eu vi um sapo.
Ele tava sentado na porta da academia. E nem parecia um sapo ativo que gosta de academia, ele tava sentado que nem um paxá, com cara de bunda. Eu levei um susto, desviei do sapo, entrei e falei pra moça "tem um sapo na porta da academia." Ela falou "um sapo tipo 'ribbit, ribbit'?" e eu disse que sim, e ela me olhou incrédula e mudou de assunto.
Quando eu estava na esteira eu não conseguia ver o sapo, porque a parte de baixo dos vidros é opaca, mas eu fiquei reparando na reação das pessoas que entravam. Nenhuma olhava pro chão, nenhuma se espantava, nenhuma desviava, nenhuma fazia cara de nojo. Aí eu comecei a ficar desconfiada... Pronto. Fiquei maluca. Tô vendo sapo onde não tem. Era só o que me faltava.

É isso que dá fazer exercício. Vc trabalha o corpo mas a mente começa a atrofiar. Operation Ivy já dizia em Healthy Body Sick Mind. Agora tô vendo sapos sentados, daqui a pouco vão ser elefantes cor de rosa vestidos de palhaço, e depois disso, sabe-se lá. Sério, fiquei com a pulga atrás da orelha com essa história do sapo imaginário (não que eu enxergue pulgas ainda, mas tá por pouco). Eu tava ficando preocupada. Será que foi porque eu dormi muito tarde e acordei meio cedo? Será que foi o frango esquisito que eu comi ontem?
E então, a salvação. Vários funcionários da academia começaram a ir lá pra fora e tirar foto de alguma coisa no chão com suas câmeras de celular. Dali a pouco eu vejo o sapo preguiçosamente tentando escapar deles. É bom saber que a gente não ficou maluco.

saturday night

Sábado à noite.
A Jul diz: "bora sair, liga pra Fulaninha", e eu ligo e pergunto qual é a boa, ela que tá indo dançar rockabilly não sei onde com uma galera, dali a pouco mais duas pessoas me ligam perguntando qual é a boa, eu falo que to indo pro tal lugar de Rockabilly, aí uma das pessoas acaba indo, outra diz que vai e depois manda mensagem dizendo que resolveu ficar no barzinho bebendo com outras pessoas, a Julia acaba resolvendo que tá cansada, eu vou, saio de casa meia noite e meia (INCRÍVEL!!!), vejo que conheço a menina da porta e entro de graça, encontro as pessoas lá dentro (de dois grupos diferentes, que não se conheciam), fico dançando até 5 da manhã, saio do bar SEM SER EXPULSA PORQUE O TROÇO FECHOU, é simplesmente que todo mundo resolveu que tá cansado, aí eu volto pra casa.
Nada demais, certo? Típico sábado a noite?
Típico sábado a noite do Rio, pra falar a verdade. Com excessão do frio, de eu voltar de ônibus sozinha as 5 da manhã, e dos rockabillies fuefos. Mas sério. Saí de casa tarde, dormi amanhecendo, e falei com mil pessoas enroladas de grupos diferentes antes de ver pra onde ia sair e com quem. Acho que eu finalmente tô em casa. :)

Agora vamos lá. De volta aos cafés, tarefas diárias e trabalhos do curso.

sábado, 8 de março de 2008

moto

uuuuuuhuhuhuhuhuhuhuhuhu uuuuiiiiii weeeeeeeeeeee hahahahahaha
adoreeeeei!!!!
É tipo uma montanha russa só que vc olha pro lado e tem a London Bridge passando.
Eu TOTALMENTE entendi a parada do Sagmeister do design e da felicidade agora.

domingo, 2 de março de 2008

chorando em casamentos

eu sou muito boba mesmo... finalmente consegui falar com os dois no telefone e agora eu to chorando!!!
Não acredito que dois dos meus melhores amigos estão se casando e eu tô perdendo. E não acredito ainda no quanto os dois são tão fodas um pro outro... Que lindo!! Vou passar dias vendo fotos e videos!!!
E já to me prometendo que vou estar lá na festa de aniversário de 10 anos de casados. E de 25, e de 50.

André + Fabi

Nesse exato momento no Brasil, duas das minhas pessoas preferidas estão se casando.
É muito legal mesmo, porque os dois são fantásticos e merecem um ao outro.
Queria muito estar lá, muito muito mesmo, mas como acabou sendo não rolando, que fique registrado que estou presente em espírito, e desejando todas as melhores coisas do mundo pros dois. André e Fabi, amo vocês dois de verdade!! Estou muito feliz mesmo!!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Please dry your tear now, springtime is here now, no need to fear now...

Tem umas árvores desfolhadas que ficam na calçada semi-pracinha do lado da igreja no final da minha rua. Passo por lá todo dia a caminho da faculdade, do ponto de ônibus, do metrô ou do starbucks. Essa semana, do nada, todas as árvores desabrocharam e estão cobertas de flores brancas lindas e felizes e cheirosas. E a paisagem em volta é toda marrom e cinza, e essas flores brancas, cara, tá demais. Vou tirar uma foto e botar aqui qualquer dia desses.
Eu tava passando por la com a Julia e comentei "cara... tá tão bonito isso aqui!", e ela se empolgou concordando e comentou do cheiro fresco que elas têm, e eu me empolguei mais e comentei de não sei o que e dali a pouco estavam as duas pulando e exclamando elogios às flores no meio das árvores.

O final do inverno é tão legal!!!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

distrações

To cheia de trabalho pra fazer pro curso amanhã de manhã. Ja procrastinei isso o quanto foi possível essa semana. Na verdade eu tava fazendo um frila que tive que deixar de lado semana passada pra fazer outros trabalhos do curso. Mas ok. Domingo. Resolvi me dedicar às obrigações. Na verdade eu até curto as linhas, as composições no grid, a tipografia restrita. Gosto. Mas de vez em quando vêm distrações. Algumas são benvindas, outras menos. No momento são pensamentos contraprodutivos que não têm nada a ver com trabalho nenhum, mas que me deixaram subitamente num mau humor infernal, e agora tô com bastante dificuldade de me concentrar. Eu queria um café. Mentira... Eu queria outras coisas. E não queria outras ainda. E na verdade eu to vivendo num momento em que eu tenho quase tudo o que eu quero... o problema é sempre o "quase". Tem horas em que não é relevante, tem horas em que é, mas domingo a noite com trabalho pra entregar segunda é uma péssima hora pra essas paradas.

Enfim. Diário de reclamaçãozinha em blog é um saco. Meus amigos todos têm blogs interessantes e filosóficos e engraçados e informativos e poéticos e eu aqui escrevendo nhenhenhém. Deve ser culpa dos emos, eu li em algum outro blog que todas as coisas no mundo são culpa deles.

Mas vamos lá. Força de vontade, Luisa. Linhas, linhas, linhas.


Mas antes... um café.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

pilha errada

Acordei cedo, to morrendo de sono e preguiça e me arrumando correndo pra ir pra faculdade imprimir meu trabalho, que tem pouco tempo, não vai dar pra imprimir no fim de semana e tem que entregar segunda às 9 da manhã. O shuffle do itunes, sempre prestativo, toca Stray Cats, "I'm not going to school, it starts too early for me...".

Ô pilha errada!!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Luisa-faz-auto-referencias-a-si-propria

Tava melhorando, a primavera chegando, os dias ficando um pouquinho menos curtos, as florzinhas nascendo (os crocus e os daffodills – acho que chama narciso em português, todos amarelos e bonitos), arvorezinhas cobertas de flores em Portobello Road, eu saindo na rua só com um casaco e o cachecol levinho, ontem nem precisei de luva, voltei a tomar frappucino... E hoje tá um frio da porra de novo, frio tipo minha-orelha-vai-gangrenar-e-cair, frio tipo frappuccino-é-o-caralho-me-vê-um-moccha-quentinho, frio tipo luisa-escrevendo-coisas-com-hífen.
É assim, né? As coisas vão melhorando, e você acha que a primavera tá logo ali, aí de repente o frio volta mais um pouco. Como na vida. Oh, céus, isso de enxergar metáforas ainda me mata! It's a gift... and a curse!

Enquanto isso, é dia dos namorados aqui, me falaram. Eu nunca lembro! A mulher da reunião dos representantes de sala deu balinha em forma de coracão pra gente, só pra deixar a gente deprimido, eu acho. Mas não funcionou – e eu também não comi a balinha.

Tô querendo obcecar com letterpress e silkscreen. Vamos ver se essa empolgação toda dura até semana que vem, quando eu devo ter mais tempo pra me divertir com isso.

Incrível eu estar atolada de tempo, sozinha no Valentine's Day, com orelhas geladas, quarto bagunçado, mil trabalhos pra terminar, enxergando metáforas e ainda estar de excelente humor. Como é que pode! Às vezes minha incoerência supreende até a mim.

Hoje tô meio self-centered. Como é que chama? Auto... qualquer coisa. Sei lá. Tô meio burra também, pelo visto, hehehe. E tô rindo das minhas próprias piadas internas, que ninguém entende, só eu. Mas com isso eu já me acostumei.
Eu, eu, eu, eu, eu.
Minha mãe foi embora ontem, aliás – tenho minha cama de volta. Tava com saudade!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

"essa moça..."

Não tenho mais saco pra certas coisas.
E antes do meu café da manhã, ainda por cima.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrhhhhhh!!!!!!!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

fire in my soul

Eu nunca tinha visto um incêndio... As labaredas iam muito alto. Se eu não estivesse preocupada, teria sido até bonito. Mas parece que ninguém se feriu, então acho que foi bonito mesmo.

Eu tava ali em Camden, tinha tentado comprar uma bota de chuva, e tava tomando cerveja e ouvindo rockabilly no Elephant's Head. Aí veio a mulher e falou que lá fora tava um fogo, e eu achei que era uma gíria antiga, porque ela fala "xinfra". Mas era de verdade! E a gente tinha passado lá fora 15 minutos antes e não tinha começado ainda... Dali a pouco vieram os policiais mandando a gente terminar de beber rapidinho e evacuar a área (nada como sugerir aos bêbados de plantão que virem suas cervejas e saiam pela rua perto de um incêndio...). Enfim.

Já fiquei sóbria no dia do programa de índio da Fabric, onde descobri que desenvolvi imunidade a tequila. Depois, fiquei sóbria no lugar da cerveja quente baratinha porque a menina tava com frio e quis ir embora. Depois fiquei sóbria no lugar que vende coquetel Acapulco porque eles fecharam meia noite e meia (e tava barulhento e lotado lá, parecia mesmo o metrô). Aí ontem fiquei sóbria porque mandaram evacuar nosso pub. O universo não quer mais me ver bêbada! Sabia que alguma hora ele ia ficar de saco cheio.